Não é a primeira vez que o faço, utilizando o Jornal a Voz de Portugal para publicamente demonstrar a minha admiração por filhos ou oriundos da nossa terra que se distinguem e fazem a diferença no estrangeiro, cada um à sua maneira e segundo a sua arte.
Como o tempo passa e não volta mais, muitas vezes deixamos passar a oportunidade de demonstrar o nosso carinho e orgulho que sentimos por todos aqueles homens da terra, que marcam a nossa história e quando tivemos a oportunidade de viver no mesmo tempo e ser testemunhas vivas daquilo que foi feito para o bem da sociedade, então seria ingratidão da minha parte não o fazer.
Estou a falar do nosso compatriota o luso Canadiano Doutor Horácio Arruda que desde 2012 foi o director nacional da saúde pública do Quebec até 10 de Janeiro de 2022 dia em que pediu a sua demissão.
Quando variadíssimas pessoas do mundo da saúde e não só o fizeram com muita firmeza.
Aqui vão algumas mensagens de reconhecimento:
“JORNAL LA PRESSE”
Dr Arruda, quand je serai grande, je veux être comme vous. Pas comme ce qu’on voulait parfois que vous soyez ; comme vous. Merci d’avoir montré à la population que les travailleurs de la santé publique sont des gens humains, sensibles et dévoués. Je sais que l’avenir vous réserve de grandes choses : brillantes et colorées.
Votre amie et fière future collègue,
Michelle Houde, médecin résidente en santé publique et médecine préventive
ÉLISE BOYER DIRECTRICE GÉNÉRALE, FONDATION OLO
Le départ du Dr Horacio Arruda a fait couler beaucoup d’encre. Dans l’univers large de la santé publique, nous sommes nombreux à être attristés de sa démission comme directeur national, nous qui connaissons depuis longtemps son adhésion profonde aux enjeux de santé publique qui vont bien au-delà de la COVID-19.
Porque razão ele
pediu a sua demissão?
Talvez porque estava cansado da política, cansado da ingratidão de um povo teimoso que tem ouvidos e não ouve, de alguns jornalistas que pensam ser os conhecedores de tudo!
Cansado de já não ser quem era, homem alegre e devote à sua doutrina a medicina.
Todos nós temos as nossas dúvidas e opiniões mas só ele, e mais ninguém terá a resposta certa.
O que ficou provado é que ele não é um político, ele é um médico, um cientista, que vive para salvar vidas ao contrário do político que sonha com o poder e para o alcançar é necessário ganhar votos.
Durante todos estes meses de inferno que vivemos, e que continuamos a viver com esta COVID o DR. Arruda tinha a responsabilidade de encontrar os melhores mecanismos para salvar vidas, para ele como para todos nós, seres humanos, tudo isto era coisa nova que nunca havia-mos vivido uma pandemia!
O Dr. Arruda a dada altura era a personagem mais popular e querida de todos os Quebequenses.
Certamente que esta popularidade, passou a incomodar o primeiro-ministro, muitas vezes com o poder vem a vaidade, mas isto não acontece só na política acontece um pouco por todo o lado na nossa sociedade, quem sonha e deseja o poder.
A vaidade e o poder são duas armas perigosas para o bem de uma sociedade, seja no trabalho, associativismo, família, a vaidade, divide as pessoas, o vaidoso acha-se mais importante que o outro, tem dons que os outros não tem, sabe mais que ninguém, a isto chama-se vaidade em vez de humildade, que é o que nosso primeiro-ministro não tem, ninguém pode ser mais importante do que ele de tal maneira que nunca mais deixaram o director da saúde publica, falar sozinho nas conferencias de imprensa para poder controlar a sua opinião!
E a melhor forma de o fazer é mão o deixar falar a vontade, e quando isto acontece o homem deixa de ser quem é para acomodar a política.
Jamais a verdade vira ao décima porque as opiniões já estão divididas, e quando assim é a palavra de um contra a palavra do outro. Uma coisa é certa o DR Arruda à imagem dos seus antepassados açorianos é um homem humilde, corajoso e competente que soube como ninguém convencer o povo lentamente a se adaptar a uma nova maneira de viver, não foi perfeito, como ninguém o é, foi, e será!
Obrigado Dr. Horácio Arruda por tudo o que fizeste para bem da nossa sociedade e orgulho da comunidade portuguesa mais especificamente açoriana a residir no Canadá.
Orgulho-me dizer que tu és um verdadeiro homem da nossa terra que nas veias corre-lhe basalto negro da ilha de onde os seus pais nasceram.