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DESPORTO 14 | LA VOIX DU PORTUGAL LE 20 AVRIL, 2023 | THE VOICE OF PORTUGAL, 20TH OF APRIL OF 2023
CHAMPIONS: INTER DE MILÃO 3-3 BENFICA
"Arrivederci" Benfica estanca série

de derrotas, mas diz adeus à Champions

caminhada foi bonita, mas a última imagem de uma remontada difícil. Mas Schmidt, já conhecido à festa, a defesa não mostrou a segurança que havia
não é brilhante, e essa é que conta. por ser pouco dado a mudanças, não surpreendeu. mostrado em outras ocasiões.
A O Benfica disse adeus esta noite ao sonho eu- Do onze que jogou de início na Luz há uma semana,
ropeu, ao empatar em casa do Inter de Milão, 3-3. Há só uma alteração: Otamendi, regressado após castigo,
uma semana os italianos tinham vencido por 2-0, na entrou para o lugar de Morato. Aursnes voltou a jogar
Luz, e a igualdade desta quarta-feira condena as águias à esquerda, depois de Chaves, e Chiquinho fez compa-
a dizerem adeus à Liga dos Campeões, nos quartos de nhia a Florentino no meio. Mas a intenção anunciada
final. por Schmidt ficou-se por isso mesmo, uma intenção.
O momento dos encarnados não era bom, mas a Os primeiros minutos até mostraram um Benfica
mensagem era clara: virar a página dos maus resulta- diferente, mas não tardou até ao Inter voltar a jogar
dos, voltar a elevar o nível e tentar fazer história no como fez na Luz: de cadeirinha.
Giuseppe Meazza. Pelo menos foi essa a mensagem
dada por Roger Schmidt na véspera do encontro. BARELLA COMPLICOU, AURSNES ESPERANÇOU
A desinspiração era evidente na frente do ataque –
SCHMIDT, CONSERVADOR ATÉ AO FIM João Mário parece esgotado fisicamente, Gonçalo Ra-
E para isso, diga-se, era expectável que o técnico ger- mos teve muita dificuldade perante os centrais nera-
mânico fosse um bocadinho mais ambicioso à procura zzurri e Rafa nunca chegou a arrancar –, e para juntar

E o encontro, diga-se, explica-se muito por aí.
O Inter, tal como em Portugal, não precisou de fazer
muito para segurar esta águia com défice de confiança.
Pelo menos é essa a ideia que fica.
O primeiro golo só complicou a moral do Benfica.
Otamendi deixou-se ultrapassar por Dzeko, Barella ti-
rou um coelho da cartola para pôr o Inter ainda mais
perto das meias-finais. Isto aos 14 minutos de jogo.
À meia-hora, no meio de uma exibição cinzenta e
algo desinspirada, o Benfica começou a reagir. O golo
de Aursnes, aos 38 minutos, justificou isso mesmo, e
deu à águia um outro elã para o segundo tempo.
E esse elã, com o Benfica a subir uns metros no ter-
reno e a deixar o Inter desconfortável, durou 66 minu-
tos. Aursnes foi solução de recurso à direita, depois da
substituição de Gilberto para dar a direita do ataque a
Neres, e o norueguês sofreu no segundo golo dos nera-
zzurri, finalizado por Lautaro.

K.O. NA ÁGUIA DEIXOU O JOGO ESTRANHO
O K.O na águia estava dado e a partir daí o jogo fi-
cou... estranho. Tudo porque o Inter ainda chegou ao
3-1, por Correa – em mais um lance em que Otamendi
fica muito mal na fotografia –, e deixou-se relaxar nos
minutos finais. Mas talvez tenha relaxado demais.
Neres atirou ao poste da baliza de Onana, antes de
António Silva reduzir para 3-2 a quatro minutos dos
90. No último lance do jogo, Musa reduziu estragos e
fez o empate: 3-3 em Milão, 5-3 no agregado da elimi-
natória. O empate dá outra cor ao resultado, sim, mas
não à exibição do Benfica. Sensação europeia até ao
momento, a par do Nápoles, as águias deixaram uma
imagem bastante abaixo do esperado frente a um Inter
que te sofrido, e de que maneira, nas provas domésti-
cas, e que tinha tido muitas dificuldades, por exemplo,
frente ao FC Porto. O momento, repetimos, não era
bom, mas a mensagem de Roger Schmidt também não
pareceu ter tido grande sucesso. O técnico foi conser-
vador até ao fim, e mais uma vez esta noite talvez tenha
esperado demasiado tempo para mexer.
Para concluir: o empate é um mal menor numa noi-
te infeliz, mas não dá para deixar o copo meio-cheio.
A exibição dos encarnados foi novamente cinzenta,
e não foi em Milão que os fantasmas foram deixados
para trás.