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A VOZ DE PORTUGAL | 21 DE MARÇO DE 2024                                               DESPORTO       31
        FC PORTO 4-1 VIZELA
        Graúdos, o Chico quer lá saber dos vossos problemas



                ia de emoções fortes e tensão no Dragão. Das   Lacava estendeu a passadeira               Pouco depois do vermelho exibido a Lacava, o extremo
                bancadas ao relvado, o FC Porto-Vizela teve   Sem qualquer remate ao fim de 45 minutos, seria pre-  armou novo remate de fora da área e bateu Buntic com
        D(muito) mais história do que aquela que se-     ciso uma postura diferente por parte do Vizela ou então  um golaço.
        ria de esperar e a equipa portista teve de se manter  o caudal ofensivo portista quebraria o muro erguido à   O balão de confiança dos azuis e brancos encheu-se
        imune ao ruído para levar de vencidos os vizelenses.  frente da área de Buntic. Nem cinco minutos da segun-  e, a partir daí, a vitória surgiu com naturalidade. Aos
        Conseguiu-o, por 4-1, sobretudo graças ao talento de  da parte estavam decorridos quando Lacava fez falta
        um menino que esta época se tem tornado homem e  sobre Francisco Conceição e deixou a sua equipa em
        contraria o dito popular de que não se deve voltar a
        uma casa onde já se foi feliz.
         O FC Porto entrou forte e à procura do golo, sofreu
        um rude golpe quando Pepe marcou um autogolo cari-
        cato e as claques não ajudaram com o protesto que du-
        rou toda a primeira parte em forma de silêncio – alguns
        até abandonaram os respetivos setores durante o jogo.
        No meio deste cenário negro, sobressaiu o talento de
        Francisco Conceição.
                                                                                                          68 minutos, Pepê consumou a cambalhota no resultado
                                                                                                          após um excelente passe de Namaso. O FC Porto tran-
                                                         inferioridade numérica.                          quilizou-se e ainda deu para Evanilson e Toni Martínez
                                                          Aí, estendeu-se a passadeira para a reviravolta portista.  marcarem o «seu» golinho, que fundamental na vida de
                                                         E quem é que a iniciou? Francisco Conceição, claro está.  um ponta de lança.







         À beira de juntar-se à seleção principal, o atacante
        portista, que ainda é um miúdo, mostrou que é ao lado
        dos graúdos que deve estar e empurrou a equipa para a
        terceira vitória consecutiva na Liga, além da acrescida
        pressão nos rivais, que só jogam no domingo.

         Conceição não dá descanso
         Ao contrário do que seria expectável, Sérgio Concei-
        ção repetiu o onze que usou em Londres, na eliminação
        nos oitavos de final da Champions, frente ao Arsenal.
        Mesmo com 120 minutos das pernas, muitos dos joga-
        dores foram titulares, como Alan Varela, que até tinha
        saído de maca no Emirates. A ideia de Conceição talvez
        passasse por reconhecer o esforço e valentia diante do
        Arsenal, enquanto procuraria resolver o jogo cedo. De
        resto, os portistas tiveram uma entrada acutilante, com
        a imprevisibilidade de Francisco Conceição a causar es-
        tragos no corredor direito. Esse domínio inicial, porém,
        não foi traduzido em golos e, num lance aparentemente
        inofensivo, o Vizela colocou-se na frente. Pouco depois


















        do primeiro quarto de hora, Samuel Essende carregou
        a bola e tirou um cruzamento rasteiro, Pepe teve tempo
        e espaço na área, mas empurrou a bola para a própria
        baliza e deixou Diogo Costa sem qualquer hipótese de
        defesa. O golo sofrido abanou claramente o ímpeto do
        FC Porto, seguindo-se um vasto conjunto de lances pre-
        cipitados e passes falhados. Ainda assim, perto do inter-
        valo, a equipa de Conceição reagiu e esteve várias vezes
        na área vizelense, mas o adversário colocou muita gente
        na frente dos remates. «O FC Porto quer entrar com a
        bola dentro da baliza», escutava-se nos corredores do
        Dragão e há poucas formas mais simples (mas eficazes)
        de explicar o que se passou nesse período.
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