Blanc estava internado desde 14 de abril numa unidade de terapia intensiva do Hospital Universitário Pedro Ernesto, no bairro de Vila Isabel, no Rio de Janeiro. O compositor havia procurado atendimento médico em 10 de abril, com uma infeção urinária e pneumonia, e acabou transferido para o hospital universitário cinco dias depois.
Nascido no Rio de Janeiro, a carreira de Aldir Blanc como escritor e cantor não teve o sucesso retumbante que o estabeleceu como compositor, com letras cantadas por outros artistas que se tornaram verdadeiros clássicos da música popular brasileira (MPB).
“Dois pra lá, Dois pra cá” e “O Bêbado e a Equilibrista”, cantados por Elis Regina, “A viagem”, interpretada pela banda Roupa Nova, “O mestre Sala dos Mares” e “Kid Cavaquinho”, de João Bosco, e “Resposta ao tempo”, de Nana Caymmi, são alguns dos sucessos de sua autoria.
O compositor ‘carioca’ também marcou uma época quando milhares de brasileiros escolheram o caminho do exílio no período em que o Brasil viveu numa longa ditadura militar, entre 1964 e 1985.
Os primeiros retornos dos exilados ocorreram antes do regresso da democracia, com a Lei de Amnistia, promulgada em 1979. A espera dos amnistiados foi imortalizada numa canção popular de Blanc, pela música “O Bêbado e a Equilibrista” de João Bosco, cantada por Elis Regina.
“Meu Brasil, que sonha com o retorno do irmão de Henfil [ativista dos direitos humanos], com tantas pessoas que partiu, num rabo de foguete. Chora. A nossa pátria gentil. Choram Marias e Clarisses. No solo do Brasil”, diz a letra daquela canção.
Além de compostor, seu trabalho como cronista e contista rendeu vários livros, entre eles “Rua dos Artistas e Arredores”, “Porta de tinturaria”, “Brasil passado a sujo” , “Vila Isabel – Inventário de infância”, entre outros.
Blanc também escreveu crónicas para jornais de grande circulação no Brasil, como O Estado de S. Paulo e O Globo.
O Brasil registava até domingo 101.147 casos confirmados e 7.025 mortes provocadas pelo novo coronavírus.
A nível global, segundo um balanço da agência de notícias AFP, a pandemia de covid-19 já provocou mais de 247 mil mortos e infetou mais de 3,5 milhões de pessoas em 195 países e territórios.