A edição deste ano do Estoril Open foi cancelada. A decisão surge na sequência do anúncio por parte da ATP de prolongar a suspensão do circuito até 7 de Junho, abrangendo assim a maior prova portuguesa de ténis, que estava agendada para o período entre 25 de Abril e 3 de Maio.
João Zilhão, director do torneio, explica desta forma a decisão: “É a única possível que o ATP podia tomar nesta fase. É com muita pena que vemos o Millennium Estoril Open e toda a época de terra batida de 2020 suspensa, uma vez que estávamos já em pleno período de montagens. Nas circunstâncias em que vivemos, não é possível garantir uma experiência segura aos que nos visitam no final de Abril”. No que diz respeito às milhares de pessoas que já adquiriram bilhetes para o torneio, João Zilhão informou que irão ser ressarcidas.
Devido ao facto de Itália, França e Espanha serem dos países europeus com mais casos de infectados com o novo coronavírus, o ATP e o WTA decidiram cancelar todas as provas a disputar em terra batida. Afectados por esta decisão são, assim, os torneios ATP/WTA de Madrid e Roma, juntamente com os de Estrasburgo e Rabat (só WTA) e Munique, Genebra, Lyon e Estoril (só ATP). Os acertos de calendário sucedemse e um dos mais impactantes — o adiamento de Roland Garros — trouxe à baila os primeiros sinais de sobreposição. A organização da Laver Cup, prova que coloca frente a frente as selecções da Europa e do resto do mundo, já fez saber que não abdica da data prevista. A decisão da Federação Francesa de Ténis (FFT), tomada em função do surto de coronavírus que varre o planeta, já tinha gerado comentários de desagrado de vários agentes, com jogadores à cabeça. Porque esta troca atira Roland Garros (20 de Setembro a 4 de Outubro) para pouco depois do Open dos EUA e colide com os torneios de Metz, São Petersburgo, Chengdu ou Sófia, para além dos eventos do quadro feminino.
Prevista para 25 a 27 de Setembro, também a Laver Cup estará no caminho de Roland Garros. Um problema tão sério quanto a prova tem dependido muito da rivalidade entre Roger Federer, Rafael Nadal e Novak Djokovic, três “eternos” candidatos a conquistar provas do Grand Slam.
“Este anúncio foi uma surpresa para nós e para os nossos parceiros.
Levanta muitas questões e estamos a avaliar a situação”, assumiu a organização da Laver Cup, em comunicado.
“Nesta altura, queremos que os nossos fãs, patrocinadores, staff, voluntários, jogadores e a cidade de Boston saibam que queremos manter a prova tal como está calendarizada.”
Ainda à espera de uma posição oficial por parte do ATP Tour, do WTA Tour e da Federação Internacional de Ténis, vão surgindo reacções avulsas, como a do tenista canadiano Vasek Pospisil, que rotulou de “egoísta” e “arrogante” a decisão tomada pela FFT. Ou como a do britânico Jamie Murray, polvilhada com um pouco de ironia: “Julgava que os decisores no ténis estavam a trabalhar em conjunto por estes dias.”
Entretanto, a Federação de Ténis dos EUA (USTA) já tinha tornado público que não pretende, para já, alterar as datas do Open dos EUA (de 25 de Agosto a 13 de Setembro) e deixou uma crítica no ar. “Num momento em que o mundo se une, uma decisão destas [de alterar o calendário], não deve ser tomada unilateralmente.
A USTA só o fará num processo de consulta com outros torneios, com o WTA, o ATP, a ITF e outros parceiros”, adiantam os dirigentes.