O novo selecionador da Polónia, o português Fernando Santos, apontou à necessidade de existir um coletivo, um «conjunto de estrelas», e não apenas um jogador a fazer a diferença, em relação ao avançado Robert Lewandowski, uma das grandes figuras do futebol do país.
O que é importante é conseguir que isto funcionar como equipa. Eu tenho uma expressão que uso muitas vezes, estrelas só conheço no céu e nunca vi lá uma sozinha, nunca. Tem de ser um conjunto de estrelas», afirmou Fernando Santos, na conferência de imprensa de apresentação esta terça-feira, na qual relativizou o passado e o facto de ter treinado com Cristiano Ronaldo, apontando à distinção entre o que é o jogador e o que é a pessoa.
O técnico de 68 anos confirmou que vai mudar-se para Varsóvia e que vai procurar «com calma» e «naturalidade» o «espaço certo» para residir, tendo admitido que conhece mal o campeonato polaco. Um trabalho que quer desenvolver até ao final da edição deste ano da liga.
«Vão habituar-se a ver-me nos estádios. Eu não conheço e tenho de ser honesto. Se eu dissesse aqui que conhecia muito bem o campeonato polaco, todos se iam rir. A verdade é que não conheço, conheço mal, por isso é que agora, só vivendo cá e estando cá em permanência no fim do mês é que podemos observar. Iremos estar atentos e deslocar-nos a todos os campos, clubes. Ir fora, porque a seleção também tem jogadores a jogar fora, mas garanto-vos que nestes seis meses mais próximos, até fim do campeonato, estarei muito perto de estar a ver todas as equipas e as que não puder ver ao vivo estarei seguramente também atento», frisou.
O anterior selecionador de Portugal não mediu as ambições para o novo projeto, falando na vontade de ganhar.
«A minha maior ambição é ganhar tudo (risos). Não venho para perder, é uma palavra que, sinceramente, não gosto. Não durmo. A minha ambição é ganhar todos os jogos, é isso que vamos procurar fazer. Nem sempre às vezes é possível, há adversários», afirmou.
«Respeito não é ter medo. Respeitando o adversário, ficamos sempre mais perto de poder ganhar, acho que a Polónia tem de ter essa ambição, eu e os jogadores, de procurar vencer. É o meu conceito geral. Depois, o futebol é um jogo muito simples, acho que falamos muito de futebol e criamos nomes muito complicados para falar de futebol. O futebol é um jogo simples, foi criado assim, marcar golos, não sofrer, é a lei básica do futebol. Se não construirmos uma base boa no edifício, o edifício vai cair. A base do futebol é esta. Demorará o seu tempo, mas com esta qualidade, [jogadores] habituados a jogar em grandes campeonatos, Itália, Espanha, França, Inglaterra, não tenho dúvidas que é fácil entender o que pretendemos», disse ainda Fernando Santos, não escondendo que é importante ter um polaco ao seu lado na equipa técnica.
«Na Grécia tinha um colaborador grego. Acho importante um colaborador que seja polaco, nesta fase inicial era muito importante. Conhece bem a mentalidade, a forma de pensar, transmitir ideias, ontem tive oportunidade de conversar com os dois [Lukas Piszszek e Tomasz Kaczmarek] em separado e daqui a 15 dias vou dar a minha opinião ao presidente.
Quero decisões boas para a Polónia», referiu.