Incrível, 60 anos de vida, A Voz de Portugal e será sempre A Voz de Montreal, que seja em papel ou digital

Nos últimos anos a redação do jornal A Voz de Portugal continua numa luta apertada, contra tudo o que lhe vem ter às mãos, no que respeita a desinformação feroz feita por muitos jornais pelo mundo.
Antigamente, vinham de Portugal, assiduamente, uns trinta ou quarenta jornais, e muitos pagavam por essas notícias. Por outro lado, A Voz de Portugal devia esforçava-se para apresentar um nível de profissionalismo aceitável que representasse e abrangesse toda a comunidade.
Quando eu era mais jovem os meus pais gostavam muito do jornal. Felizmente ainda hoje admiram o nosso semanário. O jornal apresenta e leva ao leitor um pouco de tudo. Mas noutros tempos as notícias, como acima afirmo, vinham de Portugal continental, dos Açores e da Madeira.
Com o aparecimento do Internet, apesar de ser muito útil, a guerra da informação e da desinformação chegou, como quebra-cabeças para muitos. Hoje em dia todos conseguem um jornal qualquer, de Portugal, com maior facilidade: A Bola, Record, Maisfutebol, Público, Correio da Manhã, Diário de Notícias, jornal de Negócios, etc., todos os referidos jornais estão cada vez mais cerca do leitor. Mas quem realmente necessita de publicidade, para sobrevivência dos jornais nas comunidades portuguesas do futuro, somos nós os que vivemos na diáspora lusa, e fazemos tudo quase grátis. Seria bom que os nossos jornais fossem apreciados e apoiados, em primeiro lugar.
No seguimento da conversa, as informações jornalísticas ou televisavas sem custo algum estão em contrassenso. A vida está cada vez mais difícil para quem produz notícias diariamente. Nos últimos anos a gratuitidade está a desaparecer, e pouco a pouco todos os jornais estão em vias de criar uma forma correta para que os leitores possam consumir as notícias ou visualizar os jornais pagando uma módica quantia.
Nos dias de hoje não se pode acreditar que tudo deve ser feito de forma grátis. Na semana passada demo-nos conta de que mais cinco jornais se viram obrigados a insistir sobre as assinaturas. Pudemos então observar que muitos pediam mais de 5 euros por mês, para que os leitores tivessem exclusividade na leitura e noutros conteúdos. Trata-se de uma excelente forma para aliviar financeiramente quem trabalha nestas lides jornalísticas, sobretudo em tempos de pandemia que trouxe a todos muitos prejuízos e até falências.
Podemos afirmar de que “a guerra” da informação começa lentamente a modificar-se, já os leitores vão ter que pagar para terem acesso aos serviços mais úteis, no conforto dos seus lares. Exemplo, antes para vermos a SIC e a TVI tudo era gratuito, agora o sistema mudou e pagamos por esses serviços, isto se queremos ter programas de qualidade em nossas casas. E ainda por cima mudam amiúde os satélites e outros modos de envios de programação para que os telespetadores não possam piratear o sistema dele.

UM POUCO DE HISTÓRIA:
Em 1961 nascia, no dia 25 de abril, o Jornal A VOZ DE PORTUGAL. Hoje em dia o jornal não é o mesmo. Com muito mais facilidades, ao nosso alcance, pode fazer-se um jornal em 8 horas, na parte gráfica, claro. E é fundamental notar que em vinte minutos, simplesmente, podem ser impressas de cinco até mil cópias.
Em tempos idos os jornais eram feitos de cortes e recortes. Ora, para criar uma página levava quase 2 dias, fora o tempo da impressão. O nosso jornal, no primeiro ano foi impresso em Portugal. Nessa época era normal que o primeiro jornal tivesse interregnos de dois a três meses antes de ser enviado para a gráfica portuguesa, fora do país, onde era originalmente concebido. Logo, levava o seu tempo para ser recebido e distribuído em Montreal.
A história conta que quando o jornal foi fundado, visto ter sido feito em Portugal, seria uma incógnita saber quando chegaria a Montreal. Os fundadores decidiram então de que a melhor data seria o dia 25 de abril, para fazer sair à rua a 1ª edição do jornal.
Nessa altura, ninguém imaginaria que o dia 25 de abril viria a ter tamanho significado. Os anos passaram e o Dia 25 de Abril tornou-se um momento marcante na história de Portugal, e bem certo nas comunidades portuguesas espalhadas pelo mundo. Esta é a data da celebração do sexagésimo aniversário do nosso/vosso jornal – A VOZ DE PORTUGAL. Esta data constitui ainda um marco de dignidade e de orgulho para cada um de nós, residentes da comunidade portuguesa de Montreal.
Passaram-se 17 anos, e o meu trabalho no Jornal continua de coração firme. Comecei como infografista, continuei como fotógrafo, “jornalista”, chefe de redação e finalmente sou o editor deste semanário.
Tive momentos que marcaram a minha vida, tais como a Fórmula l (F1), o Dia 10 de Junho, o Festival Português Internacional de Montreal, e passei por muitos outros eventos de grande relevância. Depois, estive em vários festivais através do Quebeque, assisti a lançamentos de CDs, de livros, e participei em eventos inolvidáveis que assinalei para contar e fazer história com a honra que se impõe. Pelo caminho aconteceram muitos sucessos mais vieram também algumas desilusões.
Não podemos ganhar sempre, mas quando perdemos devemos aprender com os nossos erros e tentar fazer melhor. E é isso que tentarei, dias após dia, para melhor servir os clientes e os nossos leitores.
Novos projetos virão, e outros irão passar com a certeza de que farão parte integrante das memórias da comunidade portuguesa de Montreal. Os projetos que terminam não deixam tristeza, mas sim alegrias e boas recordações. Demos pensar positivamente e não entrar no negativismo.
Em três anos apenas o jornal ganhou nova identidade visual, e nós sentimo-nos felizes com as melhorias que apresentamos. A Voz de Portugal pode regozijar-se ainda de ter ao serviço dos leitores uma página web de nível superior.

VIVA TV MONTREAL
Um dos projetos que iniciei em 2017 foi a minha “Viva TV, Montreal”. Muitos pediram para eu criar um novo canal português, em que se pudesse fazer a diferença. Assim aconteceu, abrimos um canal televisivo na Internet, e demos a conhecer um pouco da comunidade portuguesa de Montreal e do Quebeque. Tudo a partir do YouTube.
Depois, de semana em semana, comecei a apresentar pessoas, eventos e lugares. Muitas vezes como estava presencialmente nos eventos, filmava simplesmente enquanto representava o jornal. O único problema é que eu não gosto de estar em frente da câmara de filmar, foi por isso que criei uma nova equipa. Através do canal “Viva TV” gravámos mais de 100 episódios, alguns visto por 300 pessoas e outros com 1500 e mesmo mais. Já nas festas do Senhor Santo Cristo dos Milagres tivemos mais de 14000 visualizações. Foi um sucesso.
Quando comprei o jornal, A Voz de Portugal, eu tinha pouco tempo para continuar este projeto televisivo.
Ora, quando as comemorações dos 60 anos do jornal foram decididas, para que tudo acontecesse virtualmente, decidimos iniciar este célebre momento, completamente diferente. E as celebrações virtuais foram apreciadas e amadas por todos. Recebemos muitas saudações e apoios, para que estes projetos culminassem com nota positiva.
Para concluir, a partir do dia 25 de abril decidimos encerrar definitivamente o canal Youtube da “VIVA TV”. Em frente, é um novo caminho, iremos continuar a informar a comunidade de uma outra forma. Esperem para ver.
E como afirma o belo povo de Rabo de Peixe: “É sempre p’rá lá”. A nossa missão continua a ser cumprida, espero que todos gostaram das festividades virtuais, celebrando os 60 anos do semanário mais antigo da comunidade portuguesa e do Canadá.
A redação do Jornal A Voz de Portugal, agradece a toda a comunidade e a todos os nossos clientes e amigos, esperando que continuem connosco.