Finalmente, chegámos ao fim do nosso mandato de dois anos o qual foi adicionado três meses por causa da pandemia do Coronavírus que estamos a viver atualmente, mais conhecido por Covid-19.
Estou consciente do tempo, do esforço e da dedicação de todos aqueles que me acompanharam durante este mandato. Não é este o melhor momento para destacar os valores imprescindíveis daqueles colaboradores que me acompanharam porque, não quero, correr o risco de ser injusto, todavia tive a oportunidade de testemunhar o meu grato apreço pelos esforços que todos deram, isto várias vezes incompreendidos pelos nossos conterrâneos que se demonstraram incapazes de apreciar o que é lutar por uma causa nobre ou por um organismo que se destina à união e ao bem estar de gentes oriundos do mesmo país, Angola. Olhando para trás e sem desmerecer aqueles que nos precederam, conseguimos, em pouco tempo, mudanças muito significativas quer: no número de novos chegados ao Québec, na qualidade dos serviços comunitários, no acompanhamento para novas pesquisas e entrevistas de emprego, em aberturas de contas bancárias, apoios fúnebres, bancos com roupas para as diversas estações do ano, (especialmente para o Inverno do Québec), ajuda alimentar, parceria com vários empresários lusófonos e outros, tradução de documentos, de imigração, encontros desportivos, palestras, emissão das novos cartões de membros, participações nos colóquios a nível da “Ville de Montréal e da Prefeitura de Toronto”, encontro com todas comunidades angolanas no Canadá, conferência via ZOOM no dia d’Africa, acesso e colaboração com os governos do Québec e Federal, várias tentativas e êxitos na resolução de conflitos internos e externos. Em paralelo, uma enorme caminhada para pôr em destaque a gestão e a organização das actividades culturais assim como o valor da nossa gastronomia nacional (nota 100%).
Estamos bem conscientes de que tudo isto não foi feito sem dificuldades e obviamente acompanhados de alguns erros, (os quais a voragem dos tempos contribuíram), mas só poderemos dizer que só não erra quem nada faz e quem nada arrisca. Se nos perguntarem se voltaríamos a fazer tudo da mesma forma, certamente que a resposta seria NÃO, mas no seu essencial estamos suficientemente satisfeitos, todavia há sempre lugar par fazer melhor. Novos colaboradores, novos cérebros, novas ideias seriam o culminar de obras bem mais perfeitas. Não podemos deixar de reconhecer o apoio que a grande maioria da comunidade dos angolanos em Montreal (CAM) sempre demonstrou apoiando as decisões, nem sempre fáceis, que foram necessárias tomar. Quero deixar uma referência pessoal para o Sr. Dr. Nicolas N. Landao, excelente amigo e grande patriota que está sempre pronto a ajudar seja qual for o trabalho a fazer e tudo sem contar as horas. Também sempre obtivemos da parte dos conselheiros oficiais da CAM a compreensão e a ajuda que precisamos. Muito do que foi feito é o fruto da colaboração dos voluntários que ao longo dos anos nos têm apoiado.
Uma palavra de agradecimento e de reconhecimento pelo esforço e colaboração feito pelos funcionários do Consulado de Angola em Washington pelos apoios e ajudas no tratamento das documentações (passaportes e vistos) no continente norte-americano. Chegámos, portanto, à hora de fazer um balanço e assim projetarmos o futuro. Não é este o momento propício para fazermos uma relação das actividades que desenvolvemos com o Conselho de Administração, dentro do qual desempenhei sempre, com zêlo e dedicação, as funções para as quais me propuz, assumir a presidência e a coordenação eleitoral para 2020. Tudo isto tem sido respeitado rigorosamente nos relatórios apresentados das Assembleias Gerais dos anos anteriores. Quero, no entanto aqui deixar bem claro que a situação financeira e de gestionária da CAM, por agora, só caminha para a sustentabilidade, seguindo a estratégia delineada e que tem vindo a ser executada através das vendas dos cartões dos membros e das quotas. Será da iniciativa dos futuros líderes ou do futuro presidente, manter a mesma trajectória.
Como é do conhecimento de todos vai ser, recentemente aprovado em Assembleia Geral a reforma dos Estatutos e Regulamentos da CAM.
Esta alteração vai introduzir algumas modificações que visam actualizá-los ao momento presente. Algumas das principais alterações referem-se à comissão eleitoral e ao número de mandatos presidências para as quais chamo desde já a vossa atenção. Se essas mesmas alterações forem aceites, a duração dos mandatos passará a ser de 4 anos e sem limites. Considero ser de toda a evidência necessário que, de acordo com o “compromisso” (artigos 10), voto e candidatura. Para além de um sinal de vitalidade, o cumprimento do calendário de actividades torna-se um dever e um direito para cada Direcção que tomou posse, para estimular o dinamismo e a inovação da nossa colectividade.
É indispensável que assim tudo aconteça para assegurar a continuidade, após os 30 anos de existência de caminhada para a história na diáspora Quebeeue-Canadá.
Todos os membros da Direção que vão cessar funções estarão, todavia, disponíveis para apoiar o candidato que irá ser eleito.Para o compatriota Sr. Osvaldo Rangel, as nossas saudações fraternas.
António Figueira, Presidente eleito e cessante da CAM, presidente do Conselho da Admnistração e coordenador da Comissão Eleitoral2020.