Lionel Messi venceu, esta segunda-feira, a sexta Bola de Ouro da carreira, superando Cristiano, numa cerimónia que teve lugar no Théatre e Châtelet em Paris e foi organizada pela revista France Football. O argentino já tinha vencido o sexto prémio ‘The Best’, à frente do craque português. Virgil van Dijk tinha ficado na segunda posição.
Sadio Mané ficou na quarta posição, Van Dijk foi segundo e Cristiano Ronaldo fechou o pódio.
O argentino foge ao português em número de distinções, depois dos triunfos em 2009, 2010, 2011, 2012 e 2015, o jogador do FC Barcelona voltou a vencer, repetindo a eleição da FIFA – que de 2010 a 2015 entregou o prémio em parceria com a revista gaulesa – como o melhor da época 2018/19. Em 2019, o ‘10’ argentino contabiliza 46 golos marcados e 17 assistências, em 54 jogos, sendo que, coletivamente, conquistou a Liga espanhola 2018/19 e foi terceiro na Copa América. O craque argentino leva 684 golos, em 839 jogos. Eram 30 os finalistas, três portugueses, mas todos os caminhos pareciam ir dar a Messi, que era visto desde cedo como o grande favorito à conquista do Prémio da France Football. O prémio obtido pelo argentino desempata a guerra de troféus com o português Ronaldo, na última década.
Messi tem agora 6 Bolas de Ouro. Van Dijk tinha vencido o prémio de melhor jogador da UEFA, já Messi tinha arrecadado o prémio ‘The Best’. Já na última terça-feira, o catalão Mundo Desportivo já tinha avançado que Lionel Messi ia ser o vencedor do prémio cuja eleição é feita por 180 jornalistas de vários países. E acabaram por se confirmar os rumores. O jornal adiantava que a equipa da France Football baseou-se no facto de uma equipa da France Football ter ido a casa do jogador em reportagem. Cristiano Ronaldo e Messi têm vivido uma década de rivalidade no topo do futebol, numa ‘viagem’ em que teve sempre a seu ‘lado’ Lionel Messi. Há mais de uma década que falar de um leva, quase obrigatoriamente, a falar do outro, a comparações, pois, desde há muito, que dominam individualmente o futebol, monopolizando todos os prémios e também todas as atenções. Um não se faz sem o outro. Mas agora o argentino conta com mais uma bola. Ou é um, ou é outro, ou são os dois, e o resto, todos os outros craques, estão muito longe, tão longe que quando qualquer um tem a ‘ousadia’ de se tentar ‘intrometer’, logo estala a polémica, tal a superioridade que Ronaldo e Messi conquistaram.
O prémio mais ‘apetecido’, o de melhor do ano, escapou-lhes apenas uma vez nos últimos 12 anos, em 2018, com a vitória do croata Luka Modric, já desalojado do ‘trono’ por Lionel Messi, eleito pela FIFA o ‘The Best’ de 2018/19. O argentino passou a contar mais um troféu de melhor do mundo do que Ronaldo, que ‘responde’ na Liga dos Campeões, prova em que foi sete vezes o melhor marcador, mais uma do que Messi, sendo que, desde a vitória de Kaká, em 2006/07, só Neymar se intrometeu entre os dois, igualando-os em 2014/15. A ‘Bota de Ouro’, para o melhor marcador dos campeonatos europeus, é o troféu mais ‘democrático’, já que, em conjunto, os ‘capitães’ das seleções de Portugal e da Argentina ‘apenas’ arrebataram 10 dos derradeiros 12 troféus. O feito de bater Ronaldo e Messi foi, curiosamente, de dois avançados uruguaios: Diego Forlán, então no Atlético de Madrid, foi o ‘Bota de Ouro’ em 2008/09 e Luís Suárez em 2015/16, no FC Barcelona, com a ajuda de Messi.
Também igualou Ronaldo em 2013/14, ainda ao serviço do Liverpool. Estes dados mostram, por si só, a supremacia dos dois ‘trintões’ sobre a concorrência, sendo que as suas proezas individuais também se traduziram, muitas vezes, em títulos coletivos – Ronaldo soma 26 e Messi já vai em 35. O argentino leva vantagem em termos totais, mas o futebolista português conseguiu algo que o seu rival há muito procura, sem sucesso, um título pela sua seleção principal: Ronaldo ganhou o Europeu de 2016 e ainda a primeira edição da Liga das Nações. O português tem também mais uma vitória da Liga dos Campeões, a principal prova europeia de clubes, sendo que Messi também se pode orgulhar de, com a camisola ‘albi-celeste’, ter conseguido a medalha de ouro nos Jogos Olímpicos e o Mundial de sub-20. Apesar de ambos já terem ultrapassado os 30 anos, Ronaldo (soma 34) e Messi (32) ainda não parecem cansados de ganhar, de marcar e de continuar a encantar, de forma mais ou menos espaçada, pois também começam a sentir necessidade de se preservar.
Mas agora a diferença faz-se através da diferença de uma Bola de Ouro.