A exposição “11 compositores no mosteiro” marca o início do novo uso para a antiga cozinha conventual, que durante os últimos anos acolheu a loja do monumento.
Com a inauguração da nova loja do Mosteiro da Batalha, em julho de 2022, “ficou livre esse magnífico espaço que é a primitiva cozinha conventual”, explicou à agência Lusa o diretor, Joaquim Ruivo.
“É também o espaço do Mosteiro mais acolhedor, menos influenciado pelas humidades e diferenças de temperatura” e, por isso, aquela divisão é a “ideal para acolher, ao longo de todo o ano, exposições que, por força das circunstâncias, dificilmente tinham cabimento. De pintura e fotografia, por exemplo”, afirmou.
Num monumento onde “todos os espaços são relevantes”, tanto sob o ponto de vista artístico ou arquitetónico”, como “pelo uso que lhes era dado no tempo da vida conventual”, a cozinha surge como um dos destaques.
“A cozinha, naturalmente, era um lugar especial, por todos os motivos. Hoje, livre do mobiliário da loja, é um espaço que nos impressiona pelo seu depuramento, pontuado pelos armários embutidos nas paredes, pelo que resta da chaminé, onde se atesta um evidente saber fazer”, descreveu Joaquim Ruivo.
A sala destaca-se sobretudo pela referida chaminé, na qual, uma secção significativa da parede, “para acomodar as elevadas temperaturas, foi construída com fiadas alternadas de pedra e tijoleira”, sistema que pode hoje ser analisado e contemplado.
Neste renovado espaço do monumento tutelado pela Direção-Geral do Património Cultural pretende-se, a partir de agora, apresentar exposições de natureza variada, como pintura, fotografia, “pequena escultura e também de objetos de arte”.
“Abre-se, com este espaço, a possibilidade de parcerias com museus, porque aí podemos acolher, em condições de temperatura e de segurança, diversas exposições temáticas que até agora não podiam ser realizadas no Mosteiro”, frisou o diretor.
Para abrir o novo espaço foi escolhida a exposição “11 compositores no mosteiro”, que inaugura no sábado, às 15:00, e fica patente até março.
Segundo Joaquim Ruivo, a temática da música “tem um enquadramento muito feliz no espaço do Mosteiro” e também “remete para toda uma vivência da juventude do autor: para além da sua ligação à pintura, foi bailarino do Grupo de Bailados Verde Gaio no Teatro de São Carlos, tendo paralelamente executado cenários e figurinos”.