O piloto alemão Sebastian Vettel, da Ferrari, considerou esta sexta-feira “complicado” o regresso da Fórmula 1 no atual cenário de pandemia de Covid-19, contrapondo a “saúde da modalidade” com a de todos os agentes envolvidos e público.
“Há várias opções, entre as quais competir sem público. Ninguém gosta de correr em frente a bancadas vazias, mas um Grande Prémio fechado pode permitir o regresso mais cedo”, sustentou Sebastian Vettel, de 32 anos, numa entrevista à agência France-Presse.
O alemão tetracampeão mundial (2010, 2011, 2012 e 2013) considera que se se optar por correr sem público nos circuitos “as primeiras corridas serão, provavelmente, um pouco estranhas”, mas o desejo de qualquer piloto “é competir na presença de espetadores o mais breve possível”. A temporada de 2020, que ainda não começou devido à Covid-19, previa a realização de 22 Grandes Prémios, entre os quais o regresso do GP dos Países Baixos e a estreia do GP do Vietname, e seria a maior da história da F1.
Sebastian Vettel estimou que a redução no número de etapas na temporada “não irá fazer grande diferença, pois com 10, 15 ou 25 corridas [num mínimo de oito para atribuir o campeão], o que interessa é que se tem que ser o piloto mais regular”.
“É claro que, se houver menos corridas, cada uma se tornará mais importante, mas, no final, o campeonato continuará a ser o campeonato”, defendeu Sebastian Vettel, afastando a hipótese de realizar corridas todos os fins de semana para acerto de calendário.
A época, que devia ter começado no GP da Austrália, em Melbourne, em 15 de março, registou já dois cancelamentos e sete adiamentos, no que toca às nove primeiras etapas, e o pouco provável início está ainda previsto para o GP de França, em 28 de junho.
O piloto alemão, que está em negociações com a Ferrari para continuar em 2021, considera que há ainda muitas decisões a tomar no que respeita ao inicio da época, no que toca à programação, e antevê grandes dificuldades para as equipas.
A nível global, a pandemia de covid-19 já provocou mais de 145 mil mortos e infetou mais de 2,1 milhões de pessoas em 193 países e territórios. Mais de 465 mil doentes foram considerados curados. A doença é transmitida por um novo coronavírus detetado no final de dezembro, em Wuhan, uma cidade do centro da China. Para combater a pandemia, os governos mandaram para casa quatro mil milhões de pessoas (mais de metade da população do planeta), encerraram o comércio não essencial e reduziram drasticamente o tráfego aéreo, paralisando setores inteiros da economia mundial. (LUSA)