15ª Semana Cultural e Gala do e o 45º Aniversário da Casa dos Açores do Quebec

2005 foi um ano histórico para a Casa dos Açores onde se iniciou um projeto muito simples, criar uma semana cultural dedicada literatura, artes plásticas, dança, canto, música, teatro e momentos informativos sobre os Açores. A Voz de Portugal, o jornal mais antigo da comunidade portuguesa no Canadá, sempre dedicou um espaço muito importante para divulgar e apresentar esta semana cultural e ao mesmo tempo dignificando o seu aniversário em grande.
Quarta-feira 11 de outubro, iniciou-se a dita efeméride com a Filarmónica Portuguesa de Montreal, depois com a apresentação do programa pela digníssima presidente, Paula Ferreira, e seguidamente a apresentação e leitura do livro para crianças da autoria de Lese Costa, “Toninho, o atum, à descoberta do futuro”. Seguiu-se a atuação do Rancho Folclórico Ilhas de Encanto da Casa dos Açores do Quebec, bastante aplaudido a sua atuação, onde uma menina bastante jovem fez uma atuação impecável e encantou todos nós. E, não esquecendo a apresentação de algumas telas de artistas da nossa comunidade que estavam espalhadas através da sala, Francisco Andrade e Emily Ann Ferreira Hébert, também receberam os ornamentos em vidro por terem participado na Semana Cultural com as suas pinturas.
Quinta-feira 12 de outubro, continuou as festividades com o lançamento do livro da autora Maria Adelaide Oliveira, intitulado “O Manuscrito, Antes que a Memória se Apague”. O grupo Reviver esteve presente e apresentou o seu grupo coral, que com muito esforço e dedicação à cultura Portuguesa conseguiu reunir um grupo da velha guarda que nos fez recordar velhas canções tradicionais dos Açores e de Portugal Continental.
A atuação surpresa da noite foi realizada por três elementos da casa foram eles os obreiros da encenação sobre as Cavalhadas. Tradição celebrada todos os anos no dia 29 de junho na Ribeira Seca da Ribeira Grande. Tradição iniciada centenas de anos atrás depois da erupção na Ribeira Seca, na ilha de São Miguel nos Açores onde a estátua de São Pedro ficou intata, considerado um milagre. Demonstrando algumas das tradicionais aclamações foram os intérpretes José de Almeida como o Rei acompanhado por Álvaro Soeiro, e Fernando Pacheco como lanceiros.
Por último foi inaugurada a título póstumo a sala intitulada de Manuel António Pereira que foi um benemérito da Casa dos Açores do Quebeque.
Sexta-feira, 13 de Outubro, iniciou-se a noite festiva com um outro lançamento de livro de receitas intitulado FAIAL, de autoria de Cécile Branco.
Para fechar a noite festiva foi a atuação, pela primeira vez na sua história, do Rancho Folclórico e Etnográfico Estrelas do Atlântico que a cada dança deixava um rasto de saudade, um gosto excecional pelas suas demonstrações da dança de folclore das nossas ilhas, linda atuação, de parabéns todos os elementos do excelente Rancho.
Sábado, dia 14 de outubro, foi o grande dia da Gala, começou às quinze e trinta com a chegada ao Renaissance do Conselho de Administração da Casa dos Açores e os membros do Rancho Folclórico Ilhas de Encanto. Ás dezassete horas foi servido um cocktail, em seguida a Filarmónica do Divino Espírito Santo de Laval abriu a nossa Gala com os hinos do Canadá, de Portugal, dos Açores e da Casa dos Açores. Também atuaram um outro número e apresentaram à CAQ uma placa felicitando a Casa pelo seu aniversário. Os presentes foram informados que a abertura do Gala seria a última para o Maestro Gilberto Pavão depois de 46 anos ao serviço da comunidade em prol da cultura portuguesa. O Centro Comunitário do Espírito Santo de Anjou e a Filarmónica Portuguesa de Montreal também presentearam a Casa com placas de parabéns.
Depois das palavras do Dr. Saraiva, Cônsul-Geral de Portugal em Montreal, a Casa dos Açores do Quebec ofereceu-lhe uma aquarela da artista Ana Margarida da Igreja da Matriz, São Miguel.
A Sra. Presidente discursou dando as boas-vindas a toda a assistência exaltando os 45º aniversário da Casa dos Açores do Quebec. “Boa noite e bem-vindos ao 45º Aniversário da fundação da Casa dos Açores do Quebeque. Eu sou Paula Ferreira, Presidente do Conselho de Administração que é composto por 9 membros: Lúcia de Medeiros, Vice Presidente e Tesoureira; Frederico Vieira, Secretário; e os Adminitradores: Teresa Silva, José Domingos Silva, António Calisto, Filomena Faria, Odília Cordeiro, Maria Medeiros. O Conselho Fiscal e de Deontologia é presidido por Dr. António Cabral, e Claurêncio Brum, Vogal. Há 45 anos, no dia 18 de julho de 1978, Tadeu Rocha, Joviano Vaz, Manuel Contente, Carlos Saldanha e Maria Elvira Saldanha fundaram a Casa dos Açores na cidade de Montreal com o principal objetivo de difundir e manter a cultura do povo do Arquipélago dos Açores nas comunidades portuguesas de Montreal. Hoje somos uma de 17 Casas dos Açores existentes, com a missão de preservar e dinamizar a identidade cultural açoriana, divulgando valores socioculturais e promovendo a Região e as suas potencialidades. Também este ano a nossa comunidade atingiu um marco histórico, comemorando os 70 anos da emigração portuguesa para o Canadá. Embora a nossa comunidade seja relativamente jovem, muito já foi feito. No passado mês de setembro tive a honra de homenagear os meus pais na Praça do Emigrante na Ribeira Grande em São Miguel, e pensando neles hoje, e olhando para todos vós aqui hoje, emigrantes ou descendentes, não posso deixar de pensar em todos os sacrifícios que os nossos pioneiros suportaram e na coragem que tiveram para deixar o que conheciam em busca de um sonho.
Por sua vez, o Canadá tornou alguns sonhos realidade, sonhos pessoais, sonhos profissionais e a nossa comunidade encontrou o seu lugar nos mais altos níveis da sociedade canadiana. Estamos nos governos, nos hospitais, nas universidades, nas maiores empresas, nas casas de teatro e em todos os níveis da nossa Sociedade Canadense. Esta noite, ao comemorarmos os 45 anos da nossa Casa, recordamos profundamente os fundadores e todos os membros do Conselho de Administração que já não estão entre nós. A sua visão, perseverança e amor pelos Açores trouxeram-nos aqui esta noite. Ficar-lhes-emos eternamente gratos. Esta noite, ao comemorarmos os 45 anos da nossa Casa, recordamos profundamente os fundadores e todos os membros do Conselho de Administração que já não estão entre nós. A sua visão, perseverança e amor pelos Açores trouxeram-nos aqui esta noite. Ficar-lhes-emos eternamente gratos”.
Subiram ao palco Vítor Faria, Conselheiro da Diáspora Açoriana no Quebec, Daniel Loureiro Conselheiro das Comunidades Portuguesas foram agraciados com lembranças.
Houve um brinde antes de iniciar o jantar o qual teve início cerca das dezanove e trinta.
A Casa dos Açores homenageou Manuel Morgado: “Homem trabalhador, que foi treinador de futebol na nossa comunidade e que tem contribuído para a nossa Casa ano após ano durante as Festas do Espírito Santo”.
Jordelina Benfeito: “Homenageada pelas várias décadas de divulgação da canção nacional português, o Fado”.
Teresa e José Domingos Silva: “Homenageados pelas quase duas décadas de voluntariado na nossa Casa e de divulgação da gastronomia típica açoriana”. Os quatros foram presenteados com uma aquarela de Ana Margarida e receberam um ramo de flores.
O Concelho de Administração subiu ao palco para cantar os parabéns. A presidente, Paula Ferreira, anunciou a entrada do artista da noite, Jorge Ferreira, que encantou com um excelente concerto com músicas do seu reportório, incluindo PAPAI com a filha Alison.
Para terminar, Jeff Gouveia animou a festa em grande. Não devemos esquecer os patrocinadores que fizeram desta noite um grande sucesso: Governo Regional dos Açores, Fednav, Caixa Desjardins Portuguesa, Global Inc., Agence de voyages Services Plus, TAP, Worlée, Les Espaces Memoria, Cabral Avocats, Judite Teodoro Advogados, Chomedey Vasco Travel, Renaissance Centre des Congrès et Banquets, Alivin Canada Inc. Associação Industrial e Comercial do Café, Festival Portugal Internacional de Montreal, Carrier, Chouriçor, Marché Sá e Filhos, Conceição Freire, Restaurante Helena, Restaurante Douro, Restaurante Casa Minhota. Parabéns pelo aniversário, e pelo êxito da organização.