Page 4 - 2020-10-07
P. 4
CRÓNICA 4 | A VOZ DE PORTUGAL | QUARTA-FEIRA, 7 DE OUTUBRO DE 2020
COSTA VAI OUVIR ECONOMISTAS E EMPRESÁRIOS SOBRE PLANO DE RECUPERAÇÃO
Com estas duas séries de audiências com economistas e empresários, segundo fonte do executivo, António Costa repete o mesmo método que
marcou o processo de preparação do seu Governo no Programa de Estabilização Económica e Social em junho passado. No que respeita ao Plano
de Recuperação e Resiliência, o primeiro-ministro já recebeu os partidos com representação parlamentar, debateu-o na Assembleia da República
e reuniu-se com os parceiros sociais e com o Conselho de Coordenação Territorial (autarcas). Concluído este processo, o Governo espera que o
documento seja aprovado em Conselho de Ministros no próximo dia 14, antes de seguir para Bruxelas. Ainda em termos de calendário, o Governo
pretende que o Plano de Recuperação e Resiliência mereça uma aprovação final no primeiro trimestre do próximo ano.
Crónica ao Sabor da Vida
Escreve desde muito nova e em 2017 reuniu no braços do mar; a apoteose das amendoeiras em
MANUEL CARVALHO livro “Versejando” uma parte das suas poesias e flor; caminhos sinuosos que rasgam bosques fla-
ual será a melhor for- tem outros livros em preparação. mejantes; lagos tranquilos debruados por árvores
ma de começar esta Está incluída na Antologia Literária (Autores que se erguem, aprumadas, para o infinito e se
Qcrónica? de origem portuguesa – Québec) e Antologia Li- reflectem nas águas profundas; cumes nevados
Talvez falando do livro que terária Satúrnia (Autores Luso-Canadianos). a tocar o céu; a policromia esplendorosa das flo-
só está à espera que a epide- Colaborou (Poesias) no livro Mãos de Mulher, res que inundam as paisagens em metamorfoses
mia que nos atormenta nos deixe em paz para publicado em 2020. inebriantes. Já expôs os seus trabalhos em vários
ser apresentado à comunidade e deslumbrar, não Foi premiada num concurso literário (quadras) locais e nos últimos anos fez a concepção de um
tenho dúvidas, os seus leitores? promovido pela Biblioteca José d’Almansor, em bom número de capas de livros que ilustrou com
Montreal e vem publicando poe- reproduções de telas da sua autoria.
sia em jornais, nomeadamente Organizou e colaborou no livro “Mãos de Mu-
no semanário A Voz de Portugal. lher”, publicado em 2020.
Colabora no Núcleo de Leitura Desde a chegada ao Canadá esteve implica-
da Biblioteca José d’Almansor. da no ensino nas escolas de língua portuguesa.
Poeta de grande sensibilidade, É uma das coordenadoras da Biblioteca José
mantém vivo o gosto de viver e d’Almansor onde tem colaborado na realização
de se deslumbrar perante a be- de actividades culturais, concursos literários e
leza e o encanto do mundo que edição de livros.
a rodeia. A sua poesia é espon- Familiarizados com as autoras, podemos agora
tânea, surge em rompantes, ao voltar à descrição do livro que tem o sugestivo
jeito dos poetas populares, como título “Pintar Poemas”. Com capa e uma apre-
água cristalina a jorrar das nas- sentação gráfica deslumbrantes é composto por
centes. cerca de 50 pinturas da autoria da Majao, ilus-
Maria João Sousa (Majao) nas- tradas com outros tantos poemas da Deolinda
ceu em Faro, na bela província Cabo. É importante realçar que os poemas foram
do Algarve e chegou muito nova talhados à medida de cada pintura de tal forma
a Montreal. Quando observa- que a arquitectura final da obra resulta num con-
mos as suas telas, a água está junto coeso e homogéneo, de grande originalida-
omnipresente. A água e o céu. de, que está bem definido no primeiro poema de
Amplos espaços azuis por onde apresentação:
vogam os seus sonhos, numa A pintura e a poesia
busca incessante da felicidade e São dois belos passatempos,
da harmonia. Silhuetas de mu- Assim, elas se aliaram
lheres esbeltas debruçam-se às P’ra passar uns bons momentos.
Ou será melhor, desde já, apresentar as suas au- janelas da vida, perscrutam mundos oníricos que Foi com muito entusiasmo
toras? se adivinham para além da linha do horizonte. Que começaram a trabalhar,
Duas mulheres corajosas a quem o correr dos As cores são intensas, calorosas, contrastantes, A pintura, ia pincelando
anos e da vida não impede de continuarem a so- há murmúrios escaldantes, vozes que sussurram E a poesia… sempre a divagar.
nhar e que persistem em acreditar que a arte é promessas, gritos que se soltam e esvoaçam ao
uma das mais belas formas de observar e expri- encontro da luz como borboletas sedentas de A pintura, com alma e arte
mir a beleza do mundo. liberdade. Mas também encontramos nas suas Foi retratando a natureza,
Deolinda Xavier Cabo é natural da Fonte, con- telas, num banho de luz e sombras, preciosos Enquanto a poesia, mui simplesmente
celho da Palmela. Passou a adolescência em detalhes que nos fazem mergulhar no fecundo A descrevia com delicadeza.
Silves, no Algarve, e depois foi residir para o imaginário da pintora repartido entre dois mun-
Barreiro. Nesta cidade, completou o curso de dos que se conciliam admiravelmente: janelas Assim, nasceu o nosso livro,
“Formação Geral de Comércio”, tendo-se em- mouriscas; ruas calcetadas debruadas por casas Obedecendo aos dois temas,
pregado no ramo do comércio automóvel. Em brancas e ensolaradas; barcos abandonados nas O qual recebeu como título
1986, emigrou para Montreal, no Canadá. areias das praias, ansiosos por se lançarem nos A arte de ’’PINTAR POEMAS’’.