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A VOZ DE PORTUGAL | 18 DE JANEIRO DE 2024 CRÓNICA 3
O eleitorado

JORGE CORREIA O inverno demográfico não mente. nifesto” e explicar o que é necessário para reto-
Cronista do jornal A incapacidade de atrair imigração bem quali- marmos o caminho certo, e acima de tudo, uma
ficada não mente. A Educação em catástrofe não visão inspiradora que motive os portugueses ao
ste fim de semana houve a mente. trabalho e sacrifícios necessários para alcançar
convenção do partido Chega A Saúde em catástrofe não mente. essa visão.
E(CH) em Portugal, associado A Justiça em catástrofe não mente. E a lista con- Precisam de um timoneiro!
à extrema direita, mas que pessoal- tinua... Como todos sabemos, se na nossa viagem to-
mente encaixa mais na classifica- O edifício chamado Portugal em ruínas não marmos uma má direção, eventualmente teremos
ção de populismo puro e duro, associado à ima- mente!... que fazer caminho de volta, o que significa mais
gem messiânica do seu líder. Depois de quase uma década de ilusão a realida- consumo de recursos – leia-se trabalho – e maior
Não me quero centrar na convenção em si, nem de começa a impor-se junto do cidadão mais sim- rapidez – leia-se sacrifício – para eventualmente
no líder do CH, nem na sua ideologia ou classi- plório, mais incapaz de perceber as tecnicidades chegarmos a tempo ao nosso destino.
ficação política, nem me aprofundar nas várias da governação, no entanto, este cidadão tem uma E os portugueses já pressentem isto.
propostas ou promessas que debitou para caçar sensibilidade própria que lhe permite sentir que
eleitorado. algo não vai bem.
Gostaria de me centrar na histeria que reina em À semelhança do condutor confiante no caminho
torno deste partido, no seu crescimento, que na que toma, começa a aperceber-se de que afinal o MESTRE
realidade é sintoma da dificuldade dos políticos caminho não era o certo, começa a olhar para os MALEEK
e população se debruçarem nas verdadeiras cau- lados procurando algo que o oriente.
sas do atraso português e na falta de reformas tão E aqui entra o CH. GRANDE MEDIUM E VIDENTE AFRICANO
necessárias. O CH é o individuo que à beira da estrada, com ESPECIALISTA NO RETORNO AFETIVO
O fenómeno CH é acima de tudo fruto do des- boas ou más intenções, assume-se como conhece- E DEFINITIVO DO SER AMADO.
contentamento acumulado derivado da falta de dor do caminho certo mesmo que não o saiba. Mas Fala françês e inglês
coragem dos líderes políticos em exporem as cau- para este individuo aparentemente bom samarita-
sas e as soluções necessárias à população. no talvez não lhe interesse verdadeiramente co- Ajuda a resolver todos os seus
Por outro lado é fruto de uma população com nhecer o caminho certo para o condutor perdido. problemas: Amor, casamento, problemas
uma mentalidade de dependente, amorfa e inca- Interessa sim indicar-lhe o caminho, qualquer que familiais, justiça, proteção contra o mau-
olhar, desenbuxaria, exames académico,
paz de se alçar por si mesma às soluções que exi- seja, desde que renove a motivação do condutor, azar nos jogos, sucesso no comércio,
gem sacrifício e trabalho. Sim, sacrifício e traba- mesmo que o caminho seja outra ilusão ou logro. impotência sexual, feitiços, etc.
lho! Mas o condutor é teimoso e persiste no caminho
Estas palavras são um sacrilégio em linguagem errado por orgulho, desconfiança, ignorância ou Todos os meus trabalhos são muito privado
política lusitana pois todos se acham sem exceção porque está preso na dúvida de que prefere enga- e discreto para obter um trabalho garantido.
uns trabalhadores sacrificados. nar-se uma vez a enganar-se duas ou mais vezes CONTACTE-ME
O último político que aflorou este tema foi Pedro até encontrar o trilho certo; ou então corre cega- PARA MAIS INFORMAÇÕES:
Passos Coelho, cujo resultado se vê até agora: ape- mente atrás das indicações do bom samaritano 438-800-7718
sar de ter ganho as eleições, foi vencido em assem- que tão ignorante quanto o condutor, mas tam-
bleia por uma maioria dos partidos do quadrante bém incapaz de reconhecer as suas limitações, in- www.medium-maleek.com
esquerdo que reverteram todas e quaisquer me- dica o caminho errado ao condutor.
didas sem olharem à sua eficácia ou no mínimo É isto que os políticos que deveriam ser alterna-
consolidaram a catástrofe anterior das próprias tiva não compreendem. Os portugueses já sabem
políticas de esquerda que originaram à partida a em si que tomaram o caminho perdido.
intervenção da troika para evitar a falência efetiva Apenas não o reconhecem.
de Portugal. Eles apenas esperam o bom samaritano que lhes
Até hoje Passos Coelho continua incompreendi- seja verdadeiro, que seja compreensivo com o erro
do, talvez por ter mal interpretado a capacidade mas que tenha a coragem de “dar o corpo ao ma-
dos portugueses aceitarem a realidade, talvez por
deficiência de estratégia de comunicação, ou por
ambas.
O que se passou é que a realidade manteve-se
com todas as suas consequências e passado o pe-
ríodo cor-de-rosa os portugueses começam a sen-
tir a ressaca da ilusão que viveram.
E digo isso porque as estatísticas não mentem.
Os indicadores económicos não mentem.
As perdas de talento para a emigração não men-
tem.

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