Coisas do Corisco

É sempre com prazer que escrevo no jornal A Voz de Portugal, só não gosto muito quando modificam as minhas expressões, sabendo eu muito bem que o meu escrever é às vezes Açoriano mas Português.
Faz me lembrar alguém que teve o descaramento de me dizer que eu comecei a falar melhor português desde que frequento a Casa Minhota.
Falando em restaurantes portugueses eu gostaria de vos falar do Luso, pequeno mas sempre muito acolhedor restaurante português na zona de Saint Leonard, mais precisamente no 5840 Belanger, os proprietários o Manuel e o José que conheço desde o Chez Doval, vão vos receber com boa comida à portuguesa e muita boa disposição.
Mudando de assunto sábado passado eu e a conversada fomos de mota até ao Cemitério Côte-des-Neiges, tenho lá alguns familiares e amigos e é sempre bom ir nas motas porque entras e sais contrariamente se entrar deitado é porque temos um buraco na terra ou nas paredes a tua espera, uma pouca vergonha este lugar onde muitos de nós temos um dia lá morar, não consegui chegar ao jazigo do meu pai, as ervas eram da minha altura.
O sempre elegante Eduino Martins conhece os cemitérios com a palma da sua mão, mas eu durante as festas do Santo Cristo entre uma bifana é um copinho de tintol encontrei umas jovens senhoras que estavam a vender covas e buracos no cemitério e complexo funerário Mont-Royal, este contrariamente ao outro estava muito bem, tudo muito limpo.
Uma delas dei-me o cartão de visita, Mirela Duratovic, conselheira ao serviço as famílias, e também tinha um empregado português, um lindo quiosque de representantes do cemitério e da casa funerária, um pacote de serviços completos de coveiros. Mas eu tenho a certeza que o sempre elegante Eduino tem mais experiência neste assunto, são muitos enterros que ele já fez… e, a experiência não se ensina, mesmo se os clientes estão de passagem. “Sou como a Edith Piaf, je ne regrette rien, não lamento nada. Fiz o que fiz com paixão. Se paixão estava errada, paciência. Não tenho frustrações, porque vivi como num espetáculo. não fiquei vendo a vida passar, sempre acompanhei os desfile”, Mário Lago.

Artigo escrito pelo José de Sousa