Conflito entre duas entidades da nossa comunidade

Depois de várias semanas (meses) de ver este conflito entre duas entidades da nossa comunidade a perdurar decidi que ia dar uma palavra sobre o assunto. Antes de mais, simplesmente dizer que não me compete como Conselheiro nem como Daniel Loureiro de o fazer, nem tinha eu intenções de me intrometer neste conflito de que forma fosse porque este é um conflito entre duas entidades queridas e não queria nem me aborrecer nem prejudicar de forma alguma a minha relação com ambas. Tenho seguido a forma pública como aconteceram os vários eventos que levaram este conflito a degradar-se.

No início disto tudo, fiquei com o receio que em algum momento me iriam pedir a minha opinião, foi o que aconteceu em vários encontros com diferentes pessoas da comunidade.

Nunca comentei este assunto por achar que não possuia a informação toda para compreender o teor do conflito.

Continuo sem ter essa informação e por isso não irei comentar na especificidade este conflito.

Mas no meio de tudo isto uma coisa salta-me à vista: o fator comum que desagrada às duas partes deste conflito é o dinheiro e sua gestão.
Não querendo eu entrar nos aspetos de que forma cada organização tem de se constituir e com que regulamentos ela se gere, parece-me óbvio que o conflito gira em torno do dinheiro.

Vivendo nós num mundo onde são necessários meios financeiros para obter serviços e produtos é de forma natural que a maioria dos conflitos sociais sejam em torno do dinheiro.

O que me deixa sempre perplexo é que no caso destas duas instituições, uma é comovida pela fé religiosa e outra pela cultura e a tradição.
Dois domínios que não deviam, no meu entender, protagonizar conflitos em volta do dinheiro. Sendo honesto, são perfeitamente normais estas coisas acontecer.
Certo, fico desagradado quando vejo isto porque o espírito de união que devia habitar a nossa comunidade não existe, e até pergunto eu, será que já existiu? Neste espírito de reflexões entrámos sempre no domínio das comparações. Comparámo-nos com os Gregos, com os Italianos, com os Chineses, e com muitas outras etnias que compõem a cidade de Montreal e seus arredores.

Algo que eu acho errado porque, sendo de diferentes culturas, nós Portugueses, fazemos as coisas à nossa maneira e com a nossa forma de ser.

E acreditem, o outros não são e nunca serão melhores que nós. Talvez iguais para lhes dar uma hipótese. Por isso, de pouco serve nos comparar com os outros porque somos diferentes em tudo.

Mas para voltar ao assunto principal, creio eu que este conflito parte de interpretações diferentes de um mesmo aspeto.

Agora que tem razão e quem está enganado, não me interessa, nem quero saber. Tanto a Missão Santa Cruz como o Rancho Folclórico Português de Montreal precisam de serenidade para exercer o seu papel na comunidade.
O conflito parece-me profundo, mas sendo eu um eterno otimista, venho por este meio propor às duas partes para nos sentarmos juntos e tentar resolver este assunto.

Eu sei que muita coisa foi dita por ambas partes e seus amigos através dos meios de comunicação social e das redes sociais.

Eu sei que houve troca de insultos e difamações. Mas eu sei também que todos querem trabalhar em prol da comunidade, senão não faziam aquilo que fazem.

Eu sei que não será fácil vos reunir todos na mesma sala, sou consciente disso depois de tudo o que foi dito.

Mas, acredito eu, que a nossa comunidade é bem mais viva com a sua fé religiosa e com a sua cultura ao mais alto nível de excelência.
Por isso, reitero uma total compromisso para um encontro em que todos possamos tentar chegar a uma solução comum e que agrade à todos. Se aceitarem, será com muito gosto que vou animar esse encontro com vista a chegar a paz e serenidade de que todos precisam.
Viva a Missão Santa Cruz!

Viva o Grupo folclórico e ethnográfico Português de Montreal!

Viva a comunidade portuguesa de Montreal!

Daniel Loureiro