Faleceu Graciano Valente, um homem que muito fez pela língua e cultura portuguesas em Montreal.
Graciano de Oliveira Valente nasceu em Avanca, Estarreja. Aos dezoito anos entra para a Escola de Alunos Marinheiros em Vila Franca de Xira onde aprendeu morse e se especializou em radiocomunicações tendo entrado como telegrafista para a TAP. Mais tarde, enveredou por outros empregos mais de acordo com o seu curso comercial e a sua inclinação.
Em 1957, seguindo a sua índole aventureira, emigrou para o Canadá. Após uma curta estadia no Norte Canadiano onde chegou a ser lenhador, radicou-se em Sept îles onde foi contabilista numa empresa mineira durante alguns anos. Mais tarde, estabeleceu-se em Montreal onde singrou, com muito sucesso, no ramo da restauração, chegando a ser proprietário de três restaurantes. Muito implicado na comunidade portuguesa, nomeadamente na Associação Portuguesa do Canadá, em 1971 fundou a Escola Portuguesa Português do Atlântico que chegou a ser frequentada por centenas de alunos.
Mas as actividades de Graciano Valente não se ficaram por aí. Financiou várias actividades da comunidade, tanto nos Dias de Portugal como na recepção e acolhimento de desportistas, participação na viagem do navio Creoula, no acolhimento de estudantes de Coimbra e tantas outras.
O Governo Português atribuiu-lhe a Medalha das Comunidades Portuguesas e, mais tarde, a Comenda da Ordem de Mérito,
Regressou a Portugal e em 2016 publicou o livro autobiográfico “Memórias”.
(Antologia Literária Satúrnia).