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LA VOIX DU PORTUGAL | MARDI LE 24 AOÛT, 2021 | 3 CRÓNICA
EUA DÃO APROVAÇÃO TOTAL À VACINA DA PFIZER
A Food and Drug Administration (FDA), entidade reguladora norte-americana, acaba de dar a sua aprovação total à vacina contra a Covid-19 da
Pfizer-BioNTech, uma medida que ajudará a aumentar as taxas de inoculação no país.
A vacina da Pfizer recebeu autorização para utilização de emergência no final do ano passado, sendo que a entidade se tinha comprometido a
avaliar a vacina e a dar um parecer final sobre a mesma até setembro deste ano.
A Food and Drug Administration aprovou hoje a vacina de duas doses, avança o Washington Post.
Afeganistão, uma lição para o Ocidente
JORGE CORREIA sociado a estas condições, temos uma cultura de sé- e com força de vontade para os implementar. Forçá-
Cronista do jornal culos baseada nas tradições tribais que chegaram à -los a algo que não estão preparados é uma violência,
A baseadas em códigos de conduta entre tribos e en- revertido como se nada tivesse passado. Natural-
época atual, bem sedimentadas ao longo dos séculos, e claro, à primeira oportunidade todo o processo é
recente retirada do Afega-
tre os membros dessas tribos. Por melhores procedi-
mente que aquele povo, seguindo o seu instinto de
nistão por parte dos Esta-
dos Unidos (EUA) despole-
vidas, é impossível destronar estes códigos culturais aceita passivamente a regência dos talibans, naquilo
tou o maior coro de protestos pelo mentos e processos que queiramos instaurar nas suas sobrevivência opta por uma das duas situações: ou
mundo fora. Rapidamente caiu-se ancestrais. Pensemos numa situação concreta: o pe- que já conhecem e que não lhes traz grande trans-
no erro recorrente de considerar dido de um membro destacado de determinada fação torno; ou opta pelo risco de saírem para usufruírem
uma derrota esta retirada, como se a intervenção jamais será recusado por outro membro de categoria das oportunidades que a presença americana lhes re-
no Afeganistão tivesse sido uma guerra entre estas inferior, mesmo que haja códigos e regulamentos que velou. Há uma terceira hipótese: lutarem por desen-
duas nações. Não foi. De qualquer das formas, este previam isso. Daí a impressão de corrupção para os volver o seu país e a sua população em outros moldes
é um erro recorrente do orgulho sobranceiro de nossos olhos ocidentais, mas que para eles é apenas o de desenvolvimento, mas para isso precisam de eles
que o chamado “Ocidente” padece. A verdadeira resultado de um sistema que tem funcionado ao lon- mesmos, ancorados na sua vontade de mudar para
derrota foi o prolongamento de uma ação militar go de séculos e que tem mantido o equilíbrio entre melhor, atuarem no seu país e junto dos seus líderes.
sem objetivo definido, deixando à opinião pública eles mesmos. Esta é a grande lição que devemos aprender, não cair
mundial criar o próprio motivo para a mesma. Mas O Ocidente teve com o Afeganistão a ilusão de re- na ilusão de que quando mudamos as instituições,
é preciso perceber algo antes de se embarcar numa produzir uma sociedade ocidental num povo que mudamos o povo. Não! É a população que muda as
avaliação de toda esta situação. pura e simplesmente não está preparado para isso instituições para servir aos seus propósitos, e somen-
O Ocidente pretendeu fazer do Afeganistão um nem fez ainda os passos necessários para compreen- te quando a população aceita a mudança é que esta se
torna permanente e consolidada.
exemplo de implementação dos valores ocidentais der os benefícios de outros valores. Foi como se qui-
esquecendo-se que estes valores sofreram um desen- séssemos passar um aluno da primária diretamente
volvimento longo, durante séculos, o que levou um para a universidade sem efetuar os graus interme-
amadurecimento de ideias e predisposição às popu- diários para amadurecimento pessoal e do próprio
lações para aceitação destes valores. Tudo isto não conhecimento. Os valores de liberdade individual
aconteceu de um dia para o outro, tendo também necessitam de que a sua população esteja motivada
exigido sacrifícios pessoais extremos: basta lembrar-
mos os negros episódios de punições mortais àqueles
que pretendiam desenvolver novas ideias nas áreas
científicas ou mesmo nas áreas sociais. Ainda hoje
verificamos no Ocidente alguma incompreensão
face a estes valores, ou abuso dos mesmos, esquecen-
do a máxima que não há liberdade sem responsabili-
dade. Mas voltando ao Afeganistão, aquele povo vive
numa geografia difícil, com clima de extremos, com
poucos recursos. Aquilo que estamos habituados no
nosso mundinho ocidental, desde a água canaliza-
da a escolas para os nossos filhos e netos, é um bem
escasso ou mesmo inexistente em muitas regiões do
Afeganistão. Desde cedo aquele povo é instado não
a viver mas a sobreviver, coisa que para nós não é
sequer imaginável no conforto dos nossos sofás. As-
CLÍNICA DE OPTOMETRIA LUSO
Alain Côté O.D.
Optometrista
Exames da vista - Óculos - Lentes de contacto
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