O presidente do Partido Social Democrata (PSD), Luís Montenegro, acusou, esta segunda-feira, o CFO da TAP, Gonçalo Pires, de mentir na comissão de inquérito à tutela política da gestão da empresa, apelando, por isso, à tomada de uma posição por parte do ministro das Finanças, Fernando Medina, e do primeiro-ministro, António Costa.
Em declarações após a reunião da Comissão Política Permanente do PSD, o social-democrata apontou já haver “uma primeira situação que não podemos deixar em claro” no que toca à comissão de inquérito à TAP, que arrancou a 29 de março.
“O CFO da TAP mentiu na comissão de inquérito e isso tem de ter, obviamente, consequências”, começou por dizer Luís Montenegro, em conferência de imprensa.
O líder do PSD foi mais longe, recordando que “o CFO da TAP é o elemento da administração da empresa que reporta diretamente ao Ministério das Finanças; trata das finanças da TAP, e faz o reporte às Finanças do Governo”, desafiando, nessa linha, a que “o ministro das Finanças e o primeiro-ministro a tomem uma posição acerca da falta à verdade que consubstanciou o depoimento que foi dado na comissão parlamentar de inquérito por este responsável”.
Questionado pelos jornalistas presentes, Montenegro atirou ainda considerar que Gonçalo Pires não tem condições para permanecer no cargo, uma vez que está em causa “uma companhia 100% pública, em processo de reprivatização” e uma “pessoa com alta responsabilidade, de alguém que tem reporte direto ao Ministério das Finanças”.
“A falta de verdade numa comissão de inquérito inviabiliza a assunção das condições exigíveis para o cumprimento dessa tarefa”, rematou.
De notar que a comissão de inquérito à TAP começou, a 29 de março, a fase das audições, tendo sido a Inspeção-Geral de Finanças (IGF) a primeira entidade a ser ouvida, após ter concluído que houve falhas no processo de saída da ex-administradora Alexandra Reis, o que levou o Governo a exonerar os presidentes da companhia.
A comissão, proposta pelo Bloco de Esquerda, incidirá entre 2020 e 2022, no sentido de averiguar a entrada e saída na companhia aérea de Alexandra Reis, que tomou, depois, posse como secretária de Estado do Tesouro, e as responsabilidades da tutela nas decisões tomadas.