Coisas do Corisco

Eu sei que vocês estão desaridos p’rá consolarem-se a ler as minhas coisinhas, mas eu nem sempre tenho algo p’ra por escritura e faladora no jornal que tão generosamente me acolhe no seu seio.
Ainda outro dia estava eu comendo a minha comida que levo p’ró trabalho e um leitor bateu na janela do camião a perguntar se era português, falando do enterro que estava a acontecer na casa Funerária Memoria, e logo de seguida disse…
Escreveste esta semana?
Eu gosto de escrever mas não tinha escrito a semana passada. Mas, falando em coveiros que é como chama o meu amigo e artista Nelson Moreira, quando se trata de mortos é melhor falar com o sempre elegante Eduíno Martins, o homem tem as mãos frias como disse a alguém que lhe apertou a mão lá na noite de Fados.
No espaço de uma semana eu encontrei o Eduíno duas vezes, a segunda foi na Casa Minhota e a primeira foi nos Fados da Associação, na casa Minhota que lá fui festejar os anos da Conversada.
Dizia eu que o Nelson esteve na Associação Portuguesa do Canadá mais os seus talentosos companheiros e amigos, estou falando do Luís Duarte fadista e cantor de outras lindas canções que regala a alma e também o António Moniz grande músico e artista na guitarra portuguesa, Açoriano, tinha que ser e a Jordelina que estava um pouco descaída… segundo ela disse, bom o Luís estava lá e não precisa de apresentação e ainda bem porque se não fosse ele a noite de Fados não tinha razão de acontecer.
O Terceirense Manuel de Fátima… Seria aconselhável que cante ao desafio e o pezinho, porque o fado é um desporto violento p’rá quem não domina esta deliciosa canção do rectângulo Português.
Vindo aos Fados gostei muito da comida que lá foi servida, um cozido à Portuguesa e um bacalhau à brás muito delicioso, parabéns ao João, o chefe que durante a semana trabalha na cozinha do Café Central.
“Tenho vontade de ver-te, mas não sei como acertar, passeias onde não ando, andas sem eu te encontrar”. Fernando Pessoa