A Arte de Viver

Existir é um facto! Mas viver é uma arte! Trata-se de uma questão essencial, em que toda a humanidade se deveria preocupar.

Na realidade ensinam-nos muitas coisas tais como: cozinhar, tocar um instrumento de música, a arte da pintura, a arte do bem parecer, ter propósitos ter maneiras de estar, a religião, conduzir um carro, e, além disso temos para aprender mil e uma profissões.
Mas na realidade, nas escolas não nos ensinam a arte de viver para poder singrar na vida!

Era ainda muito jovem e, já ouvia falar nesta frase: “viver não custa, o que custa é saber viver”.

Não sei se trata de uma expressão idiomática, ou de um provérbio, ou talvez seja até uma frase inventada por algum pensador do Domingo à tarde. Claro que a arte de viver tais como: gerir as nossas emoções, como gerir a complexidade dos nossos conflitos interiores, gerir as nossas contradições, as nossas paixões, como criar harmonia e a paz à nossa volta, como encontrar o nosso lugar nesta terra, encontrar o respeito por si próprio, e pelos outros, como dar um sentido à própria vida.

Existem tantas coisas na arte de bem viver, que não é na esquina da rua que estas coisas se aprendem. Eu acho que existem certas coisas de uma importância capital que todos os jovens deveriam saber tais como: para crescer existem duas coisas fundamentais a importância de amar, e de ser livre, porque um ser humano que ama e é livre, torna-se um ser maravilhoso, não se trata de uma liberdade politica, porque podemos ser livres politicamente e sermos escravos interiormente; escravos das nossas paixões, da nossa inconsciência, dos nossos desejos, da nossa ignorância, e, mesmo até de nós próprios.

Enfim temos que aprender a ser lúcidos, porque é que eu fiz tal escolha, porque é que decidi de fazer isto ou aquilo. Tudo isto faz parte duma maneira fundamental da nossa existência. A nossa felicidade não depende dos altos e baixos da vida, nem de o reconhecimento social, em parte depende da satisfação da nossa existência.

Visto não podermos agir na ordem do mundo exterior, temos que modificar a nossa maneira de ver as coisas, porque quando nos acontece algo de inesperado, devemos saber distinguir o que não depende de nós, e o que depende de nós, só o que depende de nós, é o que podemos mudar. Quando já nada está ao nosso alcance, resta-nos a aceitação daquilo que não podemos mudar, e amar a vida com todas as suas dimensões.

Texto de José da Conceição