Inculcaram no presidente Bolsonaro (a CIA?) que nosso maior parceiro comercial era mau. E ele assumiu uma postura quixotesca a ponto de referir-se à vacina do Butantan como sendo a “vacina chinesa do Dória” e que não iria comprar, tachando o produto chinês como de baixa qualidade e experimental. Essa atitude néscia e mesquinha contra um parceiro importante não condiz com a realidade e também é ingrata, já que Bolsonaro pediu e teve ajuda dos chineses quando o leilão do pré-sal estava fadado ao fracasso.
O presidente tomou a decisão inepta de investir bilhões de dólares do Erário somente na Astrazeneca que não é tão inglesa assim. Desprezou a oferta da Pfizer, a Moderna e outras. Já o Instituto Butantan não fez parcerias mais avançadas tecnologicamente porque não teria tempo e o investimento estava acima da capacidade. Aliás, tudo o que o Butantan fez para ter a Coronavac foi com recursos paulistas. Essas poucas vacinas que seriam para o estado estão sendo fraternalmente divididas com todos os brasileiros.
No último 18 de janeiro, o Brasil teve um milésimo (1‰) da população morta pelo coronavírus, 210.299 brasileiros que perderam a vida para uma doença evitável por confinamento total (lockdown) e medidas de distanciamento e higiene. Mas o grande inimigo da Saúde e do Brasil é a logomania do presidente que ataca o confinamento, o distanciamento, o uso de máscara e, agora, a vacinação, pois ele não consegue ver que doentes e mortos não produzem, não consomem e custam caro. Logorreia de quem não ama a Pátria e por isso dizem que ele é o grande responsável pela morte dos 400 mil brasileiros que morrerão.
E essas colocações perversas animam seus 17 milhões de seguidores odientos a minar as ações de preservação da vida que prefeitos e governadores fazem com enorme desgaste. Como se vê agora, uma segunda onda foi causada pelas praias cheias e grandes festas de fim de ano, quando uma grande quantidade de jovens foi contaminada, agora esses jovens assintomáticos contaminam os parentes e amigos nas festas e encontros familiares. São os vampiros da vida: para aproveitar a vida antes, ceifam a vida dos seus agora.
A logomania do presidente é criminosa ao financiar com o Erário a produção de remédios não aprovados pela ANVISA para receitar aos pobres crédulos, como se pode ver no Código Civil, Decreto-Lei 2.848, de 7 de dezembro de 1940.
O mais grave é causar epidemia, mediante a propagação de germes patogênicos, Art. 267, com pena de reclusão de dez a quinze anos. Para o exercício ilegal da medicina, o Art. 282 estabelece pena de detenção de seis meses a dois anos.
O crime de charlatanismo, Art. 283, consiste em anunciar cura por meio infalível, com pena de detenção de três meses a um ano, e multa. E, mais, o curandeirismo, Art. 284, (I) prescrevendo qualquer substância, e (III) fazendo diagnósticos, a pena é detenção, de seis meses a dois anos.
E ainda há a forma qualificada, Art. 285, se resultar em morte, dobra-se a pena. Militares e políticos que entendem deveriam esclarecer o insciente!