Afinal a Associação de Hochelaga está bem viva, mas ingrata

Na edição do 29 de maio deste jornal, aprendi que afinal a Associação de Hochelaga estava sempre viva. Pois ultimamente circulava na comunidade um boato que nos indicava o contrário. Isto não me surpreendia porque há pouca sucessão para este tipo de instituição, a minha geração tendo prioridades diferentes das dos pais. No entanto, até fiquei contente em saber que a Hochelaga ainda continua sendo a associação que me viu crescer e onde os meus pais investiram muitas horas de trabalho.

No entanto umas passagens do texto deixaram-me bastante perplexa. Os autores nomearam e agradeceram uma dúzia de pessoas e deixaram entender que mais ninguém queria ajudar, especificando os seus fundadores. Esta associação tendo sido fundada há mais de 30 anos, poucos dos seus fundadores ainda são vivos. Dos que ainda são deste mundo, nenhum é jovem, alguns sofreram problemas de saúde bastante graves nos últimos anos e outros passam vários meses na sua terra natal usufruindo as suas reformas.

Então, não é normal na fase da vida em que chegaram quererem abrandar e já não investirem tantas horas como o faziam antigamente? Parece que não. Para algumas pessoas, nunca é suficiente. Também sei que várias pessoas, sejam elas fundadores ou não, embora tenham reduzido o investimento de tempo, continuaram ano após ano a contribuir financeiramente para esta associação. Isso não é ajuda? Também parece que não. Até têm coragem de andarem no Jornal e em eventos sociais a repreender amigos da associação.

Se é de ajuda que precisam, talvez seja melhor reverem a estratégia porque pelos vistos andam é a afastar os poucos aliados que lhes restava. Termino desejando da maneira mais sincera boa sorte para o futuro. Talvez a associação possa continuar ainda alguns tempos, mas os anos de ouro, infelizmente, nunca voltarão.

TEXTO DE NANCY MARTINS