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12 COMUNIDADE LA VOIX DU PORTUGAL LE 2 NOVEMBRE, 2023 | THE VOICE OF PORTUGAL, 2 OF NOVEMBER OF 2023
ND
Carminho a tanglize d’Outremont...
RAUL MEQUITA com cerca de 15 minutos de espera que fez a malta ba- Neste alinhavado pretendo apenas defender a minha
A Voz de Portugal ter pé e palmas, para de demonstrar embirração pelo modesta — outros dirão de outra maneira, de acordo
atraso. — pretensão de a ouvir dizendo umas quantas pala-
arminho teve todavia, mais Felizmente isso não aconteceu neste Concerto da Car- vras de Francês, considerando como creio ter aconte-
ainda do que um recital de minho já que às 20 horas, precisas, entraram no palco cido, haverem muitos Francófonos nas plateias. Como
Calta valia, um ponto mais os instrumentistas seguidos da cabeça de cartaz, ele- é evidente nada tinha de político nem de acomodati-
em seu favor: pontualidade. O gantemente vestida — como é seu hábito — iluminada vo. Apenas um abraço a uma das comunidades mais
grande defeito Português não fez parte integrante do pelo facho de um projector na rectaguarda do palco, representativas no Canadá, país anglófono por exce-
Concerto, como é — diríamos mesmo, habitual no que iluminava a silhueta da artista. E ela começou a lência, que como sabido - é a Língua falada e escrita
meio artístico. cantar, bem, como sabe e faz valer. No início saudou — Oficial do Québec. Fácil, muito fácil é o comprovativo
Isso “tranquilizou” sobretudo os espectadores portu- e muito bem — o público num excelente Francês, mui- desta afabilidade muito embora, muita gente vive e fá
gueses porque, como é sabido neste lado daqui as gen- to boa pronúncia, fazendo excelente demonstração da
tes têm origens mediterrânicas e não gostam de bater aprendizagem liceal em tempos não muito distantes.
o pé demonstrando zanga pela espera. Recordo, neste Depois, bem depois, o Inglês entrou em cena e apenas
desabafo, um espectáculo há cerca de 2 ou 3 anos com quando o termo não lhe aflorava os lábios solicitava
a Ana Moura, que por razão desconhecida começou ajuda que o Zé Povinho lhe oferecia com prazer.
la em Inglés de tal forma, que por vezes “desconhece-
mos” se estamos no Quebec ou se já saímos a fronteira
em direção ao Ontário ou outra província do Canadá
inglês. Em nada se desvirtua a Língua Inglesa versus a
Francesa. Apenas salientar aqui a “bôca rôta” de Pierre
Elliott Trudeau, que durante a sua campanha eleitoral,
onde tudo propagandava e tudo prometia (sem confir-
mações... efectivas, claro). Afirmando a realidade vivi-
da durante esse tempo em que Pierre Trudeau, vendo
o tapete fugir-lhe debaixo dos pés. Decidiu prometer
o bilinguismo de Este a Oeste do país. E, Trudeau pai
era um poítico da cabeça aos pés. Era um falso. Como
homem de Estado. Mas era político. E não tinha culpa
que quem o conhecia há anos continuasse a acreditá-
-lo. Porque em nada aumentou o poder linguístico ca-
nadiano, Tudo igual e tudo na mesma como a lesma.
Com jogos de luzes bem realizados podemos dizer
que o Concerto da Carminho teve foros de uma ame-
ricanizada que temos a sorte de quando em quando
assistirmos nos ecrãs televisivos. Muito bom espectá-
culo e, creio, que ela poderá dizer do público assistente.
Um pequeníssimo senão tê-la-à favorecido já no ca-
pítulo final. Nos agradecimentos etc, uma espectado-
ra, a Licas, mulher de guerra e de língua afiada disse-
-lhe:”seriia melhor de numa próxima vez, se cantas o
Fado em Português fála nesta Língua ou em Francês,
porque há muita gente que não compreende o Inglês,
a permitir-lhe uma resposta um tanto dura, não mere-
cida. Passou. O Concerto foi óptimo e o público saiu
contente.