Heróis da Comunidade numa vida (a)normal

Através do mundo, há milhares de jornalistas que estão a escrever sobre esta doença e tudo o que se passa na sua aldeia, vila, cidade e nos seus países.

Eu não sou um dos melhores escribas na comunidade, mas estou continuando a informar sobre tudo o que se passa na comunidade portuguesa em Montreal. Já lá vão três semanas que felicito os nossos heróis e a lista está cada vez mais pequena.

É claro que três restaurantes reabriram sexta-feira passada, refiro Ma Poule Mouillé, Aldea e Douro. Isto é muito positivo porque são restaurantes que dão um serviço de alta qualidade na comunidade, para gáudio dos amadores desta dinstinta arte culinária. Também não devemos esquecer todas as pessoas que trabalham esforçadamente nas agências funerárias, tal como, os empregados do Alfred Dallaire | Memória, Magnus Poirier e o grupo Yves Légaré. Podemos também notar que o presidente da Câmara de Anjou, está igualmente a trabalhar com a energia que se lhe conhece para os seus cidadãos, e os vendedores de casas continuam afincadamente a trabalhar para quem queira vender ou comprar, a sua primeira casa de sonho. Tal como Olivia Paiva e Emely Oliveira apesar do momento bastante difícil ocorrido na passada semana, mantêm-se activas e disponíveis para vos servir. A equipa LeDuo com o simpático Steven Gonçalves e Davide Ferrara assim como Augusto Fernandes estão bastante activos e ao vosso serviço, mesmo com o surto da pandemia que nos aflige a todos. Não esquecendo Francisca Reis que está a frente da pandemia nos testes do Covid-19 e Ana Rodrigues, tenente da policia de Laval.
Gostaria continuar com a minha crónica de sábado passado com a nova realidade da vida (a) normal.

Esta nova vida (a) normal é agora a normalidade do dia a dia. Muitos não gostam, mas o que foi estranho é agora a melhor maneira de viver.

A MÁSCARA
Há um mês atrás todos os políticos diziam não ser necessário meter as máscaras “deixem as máscaras para os doentes”. A partir de segunda-feira passada, em Portugal, quem não usar máscara no autocarro ou qualquer outro transporte público, pode ter uma multa de 120 a 350 euros. Mesmo em França, a história é a mesma, e olhando através do planeta, podemos ver que agora todos devem usar máscara.

O confinamento foi muito difícil com a minha família. O meu sogro estava numa das residências que começou a ter problemas da COVID-19, e, nos primeiros dias fomos lá buscá-lo levando-o para a nossa casa.

45 dias em casa é difícil. Ficar em casa, sem qualquer actividade quando, como sobejamente os que nos conhecem sabem, todos os fins de semana, estávamos em festas com amigos, dançando e festejando.
45 dias passaram e as festas do Chicharro de Rabo de Peixe, e a do Chicharro da Ribeira Quente também.

Nada se fez.

A Páscoa que é um dos momentos mais importantes para o jornal A Voz de Portugal e para o público foi “anulada”, e é incrível, porque já lá vão 3 semanas que passou a Páscoa e há ainda chocolates e bonbons disponíveis nas grandes lojas.
O Governo de Portugal já começou o desconfinamento dividido em 3 ou 4 vertentes. Em cada semana a reabertura de Portugal à, dita, normalidade vai ter como objectivo principal o aspecto socail, sim, mas também o económico do país, muito “maltratado” com o abandono das empresas e o desempregamento da população. A situação é grave. Tal como no Quebeque, a reabertura é inevitável. Todos devem reabrir passo a passo. Esta semana é a reabertura das pequenas lojas fora da grande região de Montreal, que engloba Longueuil até a Vila de St-Hubert, Laval até Ste-Thérèse e Mirabel. Estamos numa zona bastante complicada e continuamos a ver diariamente os números desta pandemia, cujo crescimento não é nada favorável ao relaxamento desta crise.

UMA LINDA CANTORIA
Ao domingo é um dos dias em que eu posso relaxar um bocadinho e ver o Facebook e todas as redes sociais, documentando-me e vendo o que se passa através dos meus amigos.

Neste último, vi um vídeo de três amigos que adorei, não da filmagem, nem do profissionalismo do som, mas sim da cena. Vi e adorei. São três jovens da nossa comunidade, Fábio “Piriquito” Marques, Michael “Saltita” Costa e Décio Cardoso, que se intitulam, “Grande Cantoria”.

Apresentaram uma cantoria sobre esta situação que é (a)normal, sendo a nova normalidade. Quero dar os parabéns a estes jovens porque fizeram uma linda cantoria, que me fez rir e adorar a cena e as máscaras.
Acho que estas pequenas coisas fazem a diferença, por isso partilhei este vídeo através da comunidade esperando que haverão milhares de pessoas que vão vê-los e que muitos vão gostar.

SETAS E DOIS METROS
Hoje em dia, tudo mudou. Antigamente podia-se andar onde se queria e tínhamos uma certa liberdade. Hoje, todos devem olhar para o chão e seguir as linhas e as setas pintadas.

Se entrar num comércio tudo fica complicado. Todos devem entrar e sair numa direção somente indicada pela gerência da loja senão, poderão meter-vos na rua. No caso das lojas de roupas, não se pode, por exemplo, experimentar um par de calças para ver se são boas ou não, porque as salas de ensaios estão fechadas e a mercadoria é sem retorno.

Uma nova realidade bastante difícil para o consumidor.

A ESCOLA
Apenas faltam alguns dias antes que recomece a escola e é um problema bastante complicado para muitos pais, que receiam enviar as suas crianças, talvez arriscando, elas contraírem esta doença. Classes de 15 crianças que não podem tocar em nada e que não podem dar um abraço a ninguém. Isto vai ser muito complicado porque as companhias vão reabrir, o pessoal regressa ao trabalho e onde é que as crianças vão poder ficar?,… Em casa dos avós onde podem criar mais problemas ou ir à escola e, indiretamente apanharem a doença? O que vai acontecer aos nossos filhos e como é que as escolas e professores, vão reagir e interagir com as novas regras dos dois metros?