Heróis leoninos dão alegria a adeptos

O Sporting conquistou a Taça de Portugal frente ao FC Porto, num desafio de futebol onde o lema espelhado no seu emblema se aplica na perfeição: “Esforço, Dedicação, Devoção e Glória”.

“Esforço”, porque os jogadores leoninos lutaram até à exaustão; “Dedicação”, porque os pupilos de Keiser dedicaram-se à conquista de corpo e alma; “Devoção”, porque os leões nunca deixaram de acreditar na reconquista e no final viram a sua dedicação reconhecida, finalmente a “Glória”, porque saíram vencedores de um desafio que só apenas os sportinguistas mais devotos acreditavam ser possível.

Num ano em que tudo foi praticamente novo para o Sporting, depois de há dois anos ter vivido o período mais triste da sua história, os “leões” conseguiram reerguer-se e, contra todas as expectativas, apenas deixaram um dos seus objetivos para trás: o campeonato nacional.

Numa época conturbada o plantel leonino uniu-se e conseguiu brindar os seus adeptos com duas Taças, a da Liga e a de Portugal, esta última a segunda maior competição do futebol português.

O Jamor, uma vez mais, viveu um dia de festa e apesar do desafio colocar frente-a-frente dois dos grandes do futebol indígena a verdade é que os adeptos de ambos os emblemas souberam estar e confraternizar antes, durante e depois do jogo, onde não tiveram lugar quaisquer desentendimentos que justificassem a intervenção policial que nunca aconteceu.

Sobre o jogo em si, o FC Porto começou por liderar o marcador, mas foi “sol de pouca dura”, pois Bruno Fernandes, claro está tinha de ser ele, colocou tudo empatado até ao intervalo. Na etapa complementar os pupilos de Sérgio Conceição reapareceram com a disposição de resolver a contenda desde logo, mas os postes, primeiro e o desacerto dos seus avançados, depois, não permitiram, tendo o jogo ido para prolongamento.

Estatística favorável
O FC Porto pode apenas queixar-se de si próprio, pois a estatística está a seu favor desde logo, no capítulo dos remates. Os “dragões” em todo o jogo, fizeram mais do dobro daqueles que foram feitos pelo Sporting, 26 contra 11, com claro domínio também nos que saíram enquadrados com a baliza: dez contra três. Também na posse de bola a equipa de Sérgio Conceição foi mais dominadora (57-43 por cento), tal como o número de passes precisos (141-131), e nos cantos onde os portistas tiveram um resultado avassalador de 12 contra apenas um dos leões.

Mas o futebol não se vence pelas estatísticas e no período de prolongamento “apareceu” o avançado holandês, Bas Dost, sim o tal goleador leonino que tem estado afastado dos relvados devido a lesão, a marcar e a colocar os “leões” na dianteira do marcador. Mas o esforço era muito e com deficit de condição física os pupilos de Kaiser, a 30 segundos do apito final, deixaram-se empatar, tendo a resolução do encontro remetido para a “lotaria” dos pontapés da marca de grande penalidade. Aí os lisboetas foram, uma vez mais (já venceram o FC Porto desta forma por três vezes) felizes e lograram levantar a Taça que lhes foi entregue pelo Presidente da Republica, Marcelo Rebelo de Sousa, mercê de uma defesa de Renan Ribeiro e de uma conversão calma, mas eficaz, de Luiz Phellype que deu a vantagem à sua equipa (4-3).

Em suma, o que fica para a história é que os dois grandes clubes de Lisboa conquistaram para a Capital, frente ao mesmo adversário (FC Porto), as duas maiores provas do futebol nacional: Campeonato (Benfica) e Taça de Portugal (Sporting).

TEXTO: JOSÉ COSTA