Havia contudo um projecto pelo qual todos tínhamos um interesse especial e convictos estávamos que com boa vontade, espírito aberto e sobretudo a firme intenção de enterrar os conflitos do passado, finiríamos por “ fumar o cachimbo da paz “ com a Associação Portuguesa de Laval.
Tal não aconteceu. Ao instar de todas as outras tentativas, não nos foi possível restabelecer uma boa relação com os seus dirigentes. Como não tenho conhecimento das razões que levaram a esta cisão, não me pertence fazer qualquer julgamento, esperávamos simplesmente que cada uma das partes, conseguisse pôr de lado as suas divergências e negociar um projecto novo, inovador, transparente e justo.
A comunidade muito deve a estas duas entidades, mas também é essa mesma comunidade que agora implora os dirigentes de ambas as partes, para se reconciliarem e não deixarem que o fruto do trabalho de tantos colaboradores, dos quais muitos já partiram para a eternidade, se desmorone pouco a pouco nos abismos da irresponsabilidade.
A titulo de exemplo como esta “guerra na capoeira”, penaliza a Missão, é o facto de os governos (Federal e Provincial) aquando da preparação dos seus orçamentos, prepararem pacotes generosas de subvenções para ajudar as Comunidades em vários sectores.
Quando, por várias vezes apresentei no escritório da antiga deputada Federal do nosso sector, para conjuntamente preenchermos os formulários oficiais para reclamarmos um bocado do bolo, que provas a vista, as outras comunidades recebem, mas nós, porque reclamamos essas subvenções em prol de uma organização religiosa, somos praticamente eliminados porque sendo o Canadá um país laico, em princípio não favoreça entidades religiosas.
Ponto final!
Isto não aconteceria se os pedidos de ajuda fossem requisitados por uma associação.
O mandato para o qual fui eleito termina-se no fim do ano. A última reunião oficial deste Concelho Económico remonta ao mês de Janeiro 2020.
As notas e o plano de ação para a reunião do mês de fevereiro estão detalhadas e prontas para serem discutidas…
Veio a Covid e tudo mudou.
Mentiria se dissesse que durante este indeterminável período de confinamento, não tenho tido saudades daquelas discussões quentes, desmesuradamente emocionais, verbalmente incontroláveis, (não é fácil compilar a “ acta “ de uma reunião onde todos falam ao mesmo tempo), mas ao mesmo tempo importantes e verdadeiras, pois toda aquela energia acabava por se canalizar num objectivo comum: a sustentabilidade da Missão.
Por enquanto, reina a Covid, não sei se já fez vitimas na comunidade que frequenta a nossa Missão, queira Deus que não, mas confesso que receio cada vez que assisto à missa.
Há ainda alguns que por esquecimento, descrença ou falta de informação desafiam o virus: (máscara mal colocada, distanciamento não conforme, esquecimento das desinfeções das mãos), metendo assim em perigo a sua vida e dos outros.
Já, por várias vezes, alertei o responsável da Missão para a necessidade de continuadamente avisar, educar e informar sobre a frágil e perigosa situação que nos rodeia.
Deu-me a impressão de também eu “pregar no deserto”, mas isso será uma outra história, da qual talvez falaremos um dia. Entretanto Bom Natal e um ano Novo bem melhor que o velho.
Cuida de Você NESSE PERÍODO MUITO DIFICIL.