A “Caisse Desjardins Portugaise” está a comemorar os seus 50 anos de atividade.
A «Caixa Portuguesa», que como se sabe é uma cooperativa de poupança e crédito filiada na Federação Desjardins do Quebeque, nasceu a 8 de Janeiro de 1969 como resultado dos esforços de um grupo de imigrantes portugueses e com vista a fazer face a certos problemas de ordem sócio-económica com os quais a comunidade se defrontava.
Graças ao trabalho persistente e à força de um grupo de dirigentes que, ardua e gratuitamente trabalharam entregando-se à causa e com o dinamismo e profissionalismo dos seus empregados, a “Caixa Desjardins Portuguesa” foi capaz de, gradualmente, criar o seu próprio espaço e é hoje, para a nossa comunidade, um espaço insubstituível.
A Caixa Portuguesa serve atualmente cerca de 7746 membros dos quais aproximadamente 80% são de origem portuguesa. Entre os restantes, facilmente se encontram não só canadianos de origem tanto francófona como anglófona, como salvadorenhos, angolanos, brasileiros, vietnamitas, judeus, húngaros, indianos, etc.
O seu ativo ronda os 255 838$ milhões CAD e a sua Reserva Geral 14 894$ Milhões CAD, que são bem a prova do enorme crescimento que esta instituíção tem tido, particularmente nestes últimos anos. Membro da vasta rede do Movimento Desjardins, dotada de pessoal profissional e competente, de um edifício moderno e eficaz, de dois guichês automáticos e de equipamento informático de ponta, a Caixa Portuguesa está perfeitamente apta a oferecer aos seus membros e à comunidade uma vastíssima gama de serviços bancários modernos.
Por outro lado, fiel à sua natureza de cooperativa de poupança e crédito inspirada nos ideais sociais de Alphonse Desjardins, a nossa caixa tem estado sempre, ao longo dos anos, profundamente empenhada na ajuda aos seus membros e à nossa comunidade, tanto pelo apoio às escolas portuguesas como às nossas diferentes associações e instituições.
Residindo no Canadá há 40 anos, natural do concelho da Covilhã (distrito da Guarda), Jacinta Amâncio é funcionária da Caixa Portuguesa Desjardins há 38 anos, sendo a atual Diretora-Geral. A Caixa Desjardins Portuguesa está localizada no coração da comunidade portuguesa de Montreal, no 4244 do Boulevard de St. Laurent. Está integrada no Movimento Desjardins, a maior cooperativa no Canadá e na América do Norte, com cerca de 45 mil empregados.
“Os associados da Caixa Desjardins Portuguesa são maioritariamente de origem portuguesa. Os associados que não são de origem portuguesa são “associados auxiliares” e não têm direito de votar na Assembleia-Geral anual ou em qualquer lei apresentada naquele plenário”, tal como nos explicou a Srª Diretora-Geral, Jacinta Amâncio.
“Desde a sua criação, a Caixa Portuguesa foi crescendo passando por “altos e baixos” como tantas outras instituições. O nosso crescimento tem sido extraordinário desde há pelo menos 20 anos. Nós, os nossos clientes e todos os portugueses em geral, estamos e temos razões para estar muito orgulhosos desta instituição financeira, que é a única no Canadá onde só se fala português. Um dos objetivos da caixa é proporcionar aos clientes as melhores condições, o melhor serviço e espaço possíveis”, declarou aind Jacinta Amâncio.
Para comemorar o seu 50º aniversário a Caixa Desjardins Portuguesa, para agradecer a todos os associados que durante este meio-século contribuíram para o seu sucesso e engrandecimento, ofereceu gratuitamente a todos os seus membros, atividades únicas, bem organisadas e de grande qualidade.
No dia 6 de Abril, na magnífica sala “Windor’s Ballroom” do prestigioso Hotel Windsor, situado no 1170 rua Peel, um jantar de Gala foi oferecido a 375 convidados, dos quais destacamos os Exmos. Srs. Dr. João da Câmara (Embaixador de Portugal), Engº. António Barroso (Cônsul-Geral de Portugal em Montreal), Dr. José de Almeida Cesário,(Deputado à Assembleia da República, círculo externo à Europa), Dr. Paulo César Câmara Teves,(Diretor Regional das Comunidades do Governo Regional dos Açores), Dr. Carlos J. Leitão, grande economista, Ex-Ministro da Economia no Quebeque e um pilar muito importante do partido Liberal do Quebeque e atual Deputado por Robert-Baldwin, Alexandra Mendes membro do parlamento do Canadá pelo Partido Liberal do Canadá eleita em Brossard, Alexandre Norris (Conseiller de la Ville et arrondissement Jeanne-Mance e Marianne Giguère que representou a “Mairesse de Montreal”, Valérie Plante, Denis Berthiaume, “Premier vice-président exécutif et chef de l’exploitation du Mouvement Desjardins”, e Carlos Botelho diretor e administrador da Azores Airlines no Canadá.
Tivemos ainda a honra de confraternizar com dirigentes de várias empresas, com os fundadores e familiares da Caisse Desjardins Portugaise e com os presidentes dos diferentes órgãos associativos portugueses.
Este jantar de Gala foi altamente requintado, numa sala lindíssima e magnificamente decorada, com um menu gastronómico sublimemente confecionado pela grande chefe Helena Loureiro de uma qualidade indiscutível que dignificou ao mais alto nível este prestigioso evento.
Assistimos ainda aos habituais discursos protoculares e a três vídeos: O primeiro foi a apresentação e boas-vindas do presidente do movimento Desjardins, Guy Cormier, seguidamente um vídeo corporativo onde se resumia a história da fundação da Caixa Desjardins Portuguesa, os 50 anos desta Instituíção e o importante papel que ela teve na vida dos Portugueses recentemente chegados ao Canadá e o terceiro uma homenagem ao Emanuel Linhares. De salientar que Emanuel Linhares, Presidente da Caisse Desjadins Portuguesa há já 18 anos consequitivos decidiu não se recandidatar nas próximas eleições para poder dedicar-se à sua família e à linda neta Sofia.
Discurso do Emanuel Linhares
“Mesdames, messieurs, chers amis, Bonsoir. C’est avec beaucoup d’honneur et de fierté que nous vous accueillons pour souligner les cinquante ans de vie de la Caisse Desjardins Portugaise, cinquante ans à croire à un projet, cinquante ans à construire un idéal. Je vous remercie chaleureusement de votre présence ici ce soir, présence qui témoigne de votre intérêt et de votre attachement à notre institution financière coopérative.
No passado dia 8 de Janeiro, fez exactamente cinquenta anos, que ocorreu em Montreal um acontecimento extraordinário. Um momento que marcou a comunidade de portugueses residentes no Quebeque, e que ao mesmo tempo, determinou o seu futuro. A 8 de Janeiro de 1969, os portugueses aqui residentes criaram a sua própria instituição financeira. Não uma instituição financeira qualquer, mas sim uma cooperativa de serviços financeiros de portugueses para portugueses.
À cette époque, les Portugais nouvellement arrivés au Québec avaient besoin de s’intégrer, ils avaient besoin de moyens financiers pour trouver un toit et loger leur famille. L’idée a donc surgi de former une coopérative d’habitation capable de répondre à ces objectifs.
En raison des obstacles qui freinaient la concrétisation de cette initiative, un groupe de Portugais convaincus s’est alors présentée à la Fédération des Caisses d’économie Desjardins du Québec, dans l’espoir de trouver un appui et un accompagnement à leur idéal. Après de nombreux échanges et pourparlers, le projet de coopérative d’habitation s’est transformé en projet de coopérative financière, conçu et créé par et pour les Portugais, un instrument économique capable de répondre aux besoins d’épargne et de crédit de la Communauté.
C’est ainsi que la Fédération des caisses d’économie Desjardins du Québec a accordé un prêt de 25 000$ à la Caisse, lui permettant ainsi de partir du bon pied et d’établir solidement ses premières assises. Grâce à ce support, nous avons grandi, nous avons réuni nos économies et nous nous sommes donné les moyens de nos rêves, ensemble, et solidaires. Monsieur Denis Berthiaume dans votre fonction de représentant du Mouvement Desjardins, et au nom de tous nos membres je vous dis Merci et nous en sommes très reconnaissants de votre appui tout au long de ces cinquante ans!
A comunidade de portugueses residentes no Quebeque tem motivos de sobra para se orgulhar: a Caixa Portuguesa, uma das suas instituições mais representativas, está mais forte e mais activa do que nunca.
A Caixa Portuguesa desde a sua abertura tem sido o motor no desenvolvimento financeiro, económico e social das nossas gentes e de toda a comunidade, não parou no tempo, e foi evoluindo progressivamente oferecendo aos seus membros e clientes todos os serviços de que necessitam e procuram. A Caixa Portuguesa tem ajudado, jovens, escolas, associações, clubes, jornais, televisões, ranchos folclóricos, filarmónicas, pessoas necessitadas e estudantes, e tudo isto por vezes, muito discretamente, sem grandes alaridos nem fanfarras.
Aujourd’hui, nous avons mis le cap sur la gestion saine et prudente, la rentabilité, la croissance, la formation des employés et surtout, la réalisation de notre mission coopérative : l’engagement de la Caisse dans son milieu.
Car pour construire un idéal, pour garantir la pérennité d’un projet, pour vivre en harmonie avec nos racines et nos valeurs d’origine, nous nous devons de continuer à agir dans notre communauté, être à l’écoute et nous adapter aux changements de la vie économique et sociale qui est la sienne.
Throughout its history, the “Desjardins Portuguese Credit Union” has been actively engaged in the development and blooming of the Portuguese community, by contributing to the various Portuguese associations, organizations and projects. Giving support to the future of children and students; Helping to eradicate drop-out rates; Encouraging success of the young people of today, whether entering the job market or with dreams of starting new projects; Attending adults in their progression, leading to ensuring the security and protection of the elderly. Such is the essential contribution that falls to a cooperative financial institution such as ours. That is our role; that is our responsibility, and what makes all the difference. That is an integral part of who we are.
Ce soir, mon coeur est avec vous, ce soir je suis ému et je tiens à partager avec vous toute la fierté et le bonheur que je ressens devant la réalisation concrète d’un rêve et d’une passion. J’ai le privilège aujourd’hui d’être le président de cette belle coopérative financière et pourtant je me sens comme une goutte d’eau dans l’océan.
Car c’est grâce à votre contribution, vous les vaillants pionniers, vous les dirigeantes et dirigeants actuels et tous ceux et celles qui se sont succédé bénévolement au cours des années au conseil d’administration, vous tous les employés qui servez les membres consciencieusement, assidûment avec compétence et une excellente attitude, vous Mme la directrice générale qui avec toute l’humanité et le sens de la gestion dont vous faites preuve, vous avez gardé le cap et tenu bien solide le gouvernail de la Caisse. Vous les membres qui êtes la seule et l’unique raison d’être de cette institution, vous qui l’aimez, qui lui êtes fidèles et la soutenez.
À vous tous, je dis Bravo, à vous tous, je dis Merci. Et longue vie à la Caisse Desjardins Portugaise! Maintenant je vous invite à regarder une vidéo qui résume bien les 50 ans de la Caisse Desjardins Portugaise”.
Para encerrar a noite, tivemos ainda a oportunidade de assistir a uma breve demonstração do que seria o espetáculo de Domingo.
No dia 7 de Abril tivemos a 2ª parte dos festejos dos 50 anos. Uma tarde espetacular numa das salas do Teatro St-Denis com lotação esgotada, onde artistas de renome e de grande qualidade apresentaram um espetaculo onde todos aplaudiram calorosamente e de pé durante longos minutos.
O espetáculo iniciou-se com Alexandre da Costa. O Alexandre nasceu em Montreal em 1979 e cedo demonstrou um talento especial para a música. Realizou o seu primeiro concerto com 9 anos de idade, sendo um eximío executante tanto no piano como no violino. Cedo começou também a sua carreira de violinista solo. Enquanto obtinha um BAC. em Música na Universidade de Montreal, obteve um Mestrado no Conservatório de Música do Quebeque, onde ganhou o primeiro prémio. Continuou os seus estudos na “Escuela Superior de Música Reina Sofia” em Madrid, tendo como mentor Zakhar Bron. Recebeu vários prémios, tanto a nível nacional – Conselho das Artes do Canadá, em 2003 e 2010 -, como a nível internacional – Fundação Sylva Gelber, em 2003, Musical America Artist of the Year em 2010 e Virginia Parker Award, no mesmo ano -, entre outros. Hoje, apesar da sua jovem idade, é um músico internacionalmente respeitado. Para além de violinista é também professor convidado em vários mestrados e cursos privados em universidades e conservatórios na Europa e no Canadá. É ainda diretor do Desenvolvimento Musical da Fundação Caminhes, especializada na procura e desenvolvimento de jovens talentos musicais. A Caixa Desjardins Portuguesa sempre o acarinhou e ajudou para ser um virtuoso da música. A 27 de Abril de 2019 às 20h na igreja St-Sauveur, situada no 205 rua Principale em St-Sauveur, vai fazer o lançamento do seu novo CD “Stradivarius à Vienne”. A sua última canção foi uma homenagem a um grande artista que viveu na comunidade portuguesa em Montreal, Leonard Cohen com a canção “Hallelujah”.
Seguidamente José Gonçalez abriu a porta do fado neste espetáculo. José Gonçalez, nasceu em Estremoz a 6 de Outubro de 1969. Fadista, compositor, letrista, é também radialista, programador e diretor artístico do Caixa Alfama, Caixa Ribeira e Caixa Luanda. Jogou hóquei em patins e é sportinguista confesso. Atualmente tem também como desafio a co-gestão do grupo Sangre Ibérico, em parceria com a Sony Music, canta regularmente no Restaurante Dom Leitão.
Para finalizar a primeira parte tivemos António Pinto Basto, destaca-se na sua geração como um dos fadistas mais populares. Nasceu em Évora a 6 de Maio de 1952. Tem 3 filhos de um primeiro casamento, Egas, Gustavo e Amélia, e mais dois de uma segunda ligação, Carlota e António. De nome completo António João Ferreira Pinto Basto, o fadista afirma que, embora não tenha o apelido da mãe, porque o seu nome ficaria demasiado comprido, a família Vasconcellos e Sá ”tem muito mais importância na minha carreira e vertente musical, na vocação artística”. Quando tinha 13 anos os pais levaram-no a uma noite de fados na Feira dos Salesianos de Évora. Diz-nos António Pinto Basto: “Isso foi para mim uma revelação enorme. Fiquei fascinado com aquilo. (…) Fiquei seduzido, convertido ao Fado a partir daí”. Junto com uma das irmãs, também impressionada com o espetáculo pediram aos pais para fazer um retiro na garagem da casa, que batizaram de “Toca”, em homenagem à casa de Carlos Ramos, e aí passaram a fazer as festinhas de fim de semana que tinham a particularidade de acabar em Fado.
Logo no inicio da segunda parte foi a vez de Teresa Tapadas que encantou a sala com a sua voz. Para finalizar esta tarde tivemos o grupo Sangre Ibérico. Este grupo faz uma mistura perfeita de fado, flamenco e pop. Particularmente agradou’me o fado “Meu Fado Meu” acompanhado com o violonista Alexandre da Costa, um estilo bastante apreciado pelo público e também mostrando um ar jovem e mais dinâmico nesta noite. A 5 de Julho de 2014 o Alexandre e o André eram amigos quando decidiram começar a tocar juntos. Em Setembro de 2015 conheceram o Paulo e o seu trabalho como músico. Convidaram-no a integrar a banda. Escolheram então o nome de “Sangre Ibérico” antes do primeiro concerto, porque precisavam de um nome e como tocavam ritmos portugueses e espanhóis decidiram-se por um nome que juntasse estas duas culturas. A rampa de lançamento do grupo “Sangre Ibérico” foi a participação no concurso da RTP, Got Talent Portugal.
Para encerramento deste concerto tivemos o Emanuel Linhares que aceitou o desafio de subir ao plalco e cantar com todos os artistas.