Mudança dos Preços e a Gastronomia Portuguesa

A gastronomia portuguesa é uma das mais ricas no mundo. Tem de tudo, carne, aves, peixe e frutos do mar.
Uma pessoa que vai ao restaurante português tem a possibilidade de viajar através de Portugal, quer seja nas ilhas ou no continente e isso é importante a notar. Ainda mais importante há sempre prato novo que está no prato do dia, tal como o saboroso Bacalhau Espiritual que fui comer na Casa Minhota ou o tradicional Bacalhau grelhado no Café Central são pratos impecáveis e com sabores sensacionais e muito bem acompanhado com vinhos regionais ou reservas feito em Portugal e importados cá para nós.
Mas, nos últimos tempos os preços estão a subir nas mercearias. Antigamente o preço do bacalhau era 379$/50lbs e agora é 450$/50lbs. E é importante de notar que Azeite Saloio em 2020 era 7.99 e que hoje em dia é 14.69. E, nem é um azeite de alta qualidade se queres o preço pode chegar a 18$.
A preparação de um prato não se faz em dois minutos, há uma preparação, para chegar ao produto final que seja em casa ou restaurante ou mesmo numa associação é muito difícil meter um preço que seja acessível à todos.
Cada vez que vou a mercearia, cai quase no chão porque antigamente o bife normal sem nada de especial custava 13$ hoje em dia está quase 25$. Mesmo bacalhau à Brás que custava 10$, agora é 25$.
Agora vamos aos restaurantes,…
Já sei que muitos não vão gostar de mim, mas a realidade e as verdades devem ser ditas
Em 2020 o chefe custava mais ou menos 30$ a hora, hoje em dia, se queres guardar o chefe deves o pagar 40$ a hora sem esquecer todos os empregados a volta que estão a ajudar o chefe, a limpar os pratos e copos, a servir a mesa e tudo o que um restaurante faz para servir os seus clientes e dar uma experiência gastronómica única e bem feito para todos (não devemos esquecer que todos os Embaixadores Portugal são os restaurantes, mercearias, todos os importadores e muito mais).
“Já sei que muitos já pararam de ler o artigo porque faz senso mas devemos tentar de compreender a nossa economia para refletir o que se passa na nossa comunidade, se leste até aqui já é uma boa vitória!”
Agora é a parte mais complicada.
Se um prato há 10 anos custava 10$ e que agora é 25$, é muito normal porque a inflação da vida (o custo da vida) continua a aumentar cada ano. Mas como é que uma bifana com batatas fritas,… chega a 25$, quando é a carne mais “cheap” de todas.
Como é que numa associação pagamos pratos a 40$ e outros a 20$.
A mudança dos preços é incrível.
Vamos calcular e recalcular como é que uma associação pode sobreviver com preços baixos.
É bom criar um movimento associativo, onde todos pagam uma cota e no final ganhas nos preços das festas ou nas sextas-feiras pagas 5$ a menos nos pratos, No final a sua cota fica paga se vais 10 vezes a associação.
Ao mesmo tempo o custo do azeite, carnes, peixes, temperos estão a aumentar como nunca. Agora devemos calcular se um prato a 15$ vale a pena ou devemos aumentar os preços até fazer um lucro para pagar 100% das taxas, dos empréstimos, dos artistas e no final devemos compreender como rentabilizar o seu espaço para que no final podemos ajudar a comunidade com eventos memoráveis a um preço acessível. (Não se paga os trabalhadores mas sim os produtos que estão cada vez mais caros).
Tal como há 4 anos todas as festas era 30$ a 35$, e que, hoje em dia, é 60$ para uma festa com um artista local, e se há um artista fora deve-se achar uma maneira de ver se podemos ter um patrocínio de uma companhia, ou agência de viagem ou mesmo a companhia aérea que possa ajudar de uma certa maneira.
E, no final do ano, vão poder ver se o prato a 20$ foi bom para o associado ou a associação. Porque no final, porquê trabalhar tanto nas sextas-feiras quando é só para aquecer e que o lucro é minimal-mente lucrativo.

Parlando de novas ideias e da gastronomia cá
Nos últimos meses a Associação Portuguesa do Canadá está sempre bem ativo, antes do verão e depois do verão. Eles estão a organizar sextas-feiras diferentes para agradar os seus membros e não só.
Há alguns tempos, antes do verão a APC organizaram uma festa em honra da Feira da Foda com uma ementa bastante interessante, que chama-se Borrego assado na Foda.
“A foda de Monção nasce da lenda da chamada “feira do engano”. Vendedores de ovelhas colocavam sal na forragem para que os animais bebessem muita água e aparentassem estar fortes. Passados uns dias, a ovelha desidratava e ficava completamente diferente”, conta Gaspar Magno, presidente da junta de Freguesia de Pias e um dos organizadores da feira”.
No final o jantar foi impecável e todos adoraram este jantar.
Mas, como se diz sempre nos bons tempos, quem trabalha e mata a fome, não como o pão de ninguém.
O prato não sai do ordinário e assim é o prato da Foda: “Ó Maria, já meteste a foda no forno?” Assim Gaspar conta como brincavam os portugueses de Monção para falar da complexidade de preparo do cordeiro assado, o homenageado da festa. É um prato trabalhoso. Primeiro se faz o cozido à portuguesa com carne, legumes e temperos. Depois, esse caldo entra tanto no preparo do arroz quanto no do carneiro ao forno. Como envolve muito trabalho, começaram a brincar dizendo: ‘Esse prato é uma grande foda!”.
Tal como há duas semanas, fui a APC e quis saber o que é carne de alguidar. Eu estava ocupado nesta noite mas pude ir ver o que é este prato regional e que todos gostaram.
É assim que deves fazer o seu nome, com novas ideias e novas maneiras de atrair a comunidade portuguesa com pratos e ideias diferentes para continuar a servir o melhor possível. A nossa boca gosta de bons pratos e novas ideias regionais para refletir o nosso paladar.
Sei que este artigo é longo, e há muito a pensar sobre a restauração, as mercearia e as associações. Não devem esquecer, uma mão lava a outra se ninguém se ajuda uns aos outros a comunidade morre em 2 minutos.