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LA VOIX DU PORTUGAL | MARDI LE 7 DÉCEMBRE, 2021 | 11 AÇORES
Bolieiro quer passar açorianidade
a novas gerações nos EUA
O presidente do Governo Regional dos Açores, José O líder do executivo açoriano destacou a Casa dos das vertentes - oportunidades educacionais, culturais
Manuel Bolieiro, defende que o "grande desafio" atual Açores da Nova Inglaterra como uma "verdadeira em- e sociais, bem como o intercâmbio cultural e logístico
da diáspora açoriana, a ser também ser seguido pelo baixada da açorianidade", deixando uma saudação ao entre a comunidade açoriana emigrante no sudoeste
executivo, é "passar o legado de açorianidade" às novas passado da instituição, mas garantindo compromissos da Nova Inglaterra e os Açores.
gerações de emigrantes. com o presente e o futuro. Após um interregno de cerca de oito anos, em 16 de
"Como é que vamos construir uma estratégia para Além da presença na Casa dos Açores da Nova Ingla- outubro de 1991, Leonardo Oliveira e um grupo de
aprofundarmos estes laços e passar às novas gerações terra, a visita de José Manuel Bo-
este legado? Não tenho uma varinha mágica nem uma lieiro e Artur Lima contemplou
solução pronta. Mas tenho toda a disponibilidade para contactos com "representantes
construir esta estratégia com todos", declarou José Ma- da comunidade, da diáspora e de
nuel Bolieiro, citado pelo gabinete de imprensa do exe- políticos eleitos", com atenção à
cutivo açoriano. inclusão.
O líder do Governo Regional falava em Fall River, "É bom ter na capacidade go-
nos Estados Unidos da América, área de acolhimento vernativa esta capacidade mais
de muitos açorianos, no domingo, na cerimónia que elevada de incluir, respeitar a
assinalou os 30 anos da Casa dos Açores da Nova In- diferença, envolver todos num
glaterra. projeto comum. Esta é uma res-
Estima-se que existam radicados nos Estados Unidos ponsabilidade que qualquer re-
1,5 milhões de açorianos e os seus descendentes. presentante político tem de ter.
Para Bolieiro, garantir que os mais jovens emigrantes Nenhum projeto sairá vencedor
e descendentes de açorianos "não percam a raiz e não se for um projeto de um homem
se desinteressem" pela história das ilhas "é um desafio só", disse. Bolieiro pediu aos aço-
muito complexo e difícil, mas que está ao alcance". rianos na América para manterem "esta força, esta amigos seus conterrâneos reabriram a instituição, já
O social-democrata, que se fez acompanhar pelo vontade de reunir e gostar uns dos outros". sob a denominação de Casa dos Açores da Nova Ingla-
vice-presidente do Governo dos Açores, Artur Lima, "Gostar uns dos outros é gostar de nós próprios, ele- terra, sendo o seu primeiro presidente Paulo Betten-
declarou ter "gosto pessoal" na presença em Fall River, var a nossa condição. A pessoa humana não é um ser court (1991). Seguiram-se José Soares (1993), Maria-
mas também um sentimento de "dever" de, como pre- isolado, é um ser convivente, que gosta do calor entre a no Alves (2004) e João Luís Morgado Pacheco (1995
sidente do governo, valorizar todos os que, "através do família e os amigos", considerou. e 2006).
movimento migratório, souberam conjugar o aparen- A Casa dos Açores da Nova Inglaterra (CANI) foi ofi- Em 2010, Mário Ventura assumiu a presidência até
temente contraditório", ou seja, "amar as raízes e ter cialmente fundada como "Casa dos Açores do Estado 2012, altura em que Nélia Alves-Guimarães foi eleita
asas para voar à procura da felicidade para si e para as de Rhode Island", no estado de East Providence, em 08 a primeira mulher presidente desta instituição. Em
suas famílias". de junho de 1982, e teve como primeiro presidente o 2018, Francisco Viveiros assumiu a presidência, que
"Saíram da ilha, mas a ilha não saiu da alma de cada senador John Correia. ainda exerce atualmente.
um. O governo está convosco. Estamos com cada um Foi criada com o objetivo de prestar serviços à co- Esta foi a primeira deslocação de José Manuel Boliei-
de vós", frisou. munidade onde se encontra inserida nas mais varia- ro aos Estados Unidos como presidente.