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CRÓNICAS 4 | LA VOIX DU PORTUGAL MARS, 2022 | 10 | MARCH 2022 THE VOICE OF PORTUGAL
As Pastorais Portáteis
e o Desafio do Estirador
PE. JOSÉ como na pastoral. Sentados ao estirador
MARIA CARDOSO das programações pastorais, tentamos
Tem alguma dúvida O riscar uma Igreja missionária e sinodal
em diálogo com a sociedade, a cultura
Natal trouxe-
e a vida real do nosso tempo, que pede
-nos imagens
da Praça de
com relação às com a bela e simbólica colunata de pastorais ecuménicas, multiculturais e
inclusivas.
São Pedro, em Roma,
A Igreja é mãe que acolhe, protege e,
vacinas contra Bernini que parece um prolongamen- acima de tudo, ama. Não faltarão os de-
fensores das práticas “prêt-à-porter” e
to da Igreja a abraçar a praça e o povo.
das pastorais portáteis, impostas a todos
Comparando este conjunto arquite-
e em todo o lado, alheias às geografias,
tónico com as construções arrojadas
COVID-19? de arquitetos como Zaha Hadid, Frank às culturas e aos tempos, como se as pes-
soas andassem sem chão, sem história e
Gehry, Óscar Niemeyer, Tadao Ando,
Santiago Calatrava, ou os nossos Siza
Que desafios pastorais nos traz 2022?
Vieira, Fernando Távora e Eduardo sem momento.
É que as pastorais, como as arquitetu-
A linha telefônica 211 oferece Souto Moura, vemos que a genialidade ras, tanto abraçam e incluem, como po-
é a mesma, mas os riscos e os materiais,
como os tempos, são outros. dem separar e excluir.
serviços em inglês, francês e Lembro-me da elegância da escadaria Não ao “condomínio fechado”!
central do seminário do Verbo Divino “Reconstrói a minha Igreja”, ouvia
mais de outros 200 idiomas para de Fátima que nos elevava e descia em Francisco de Assis. E, pensando que a
degraus, quase palacianos, ladeados por reconstrução consistia em pôr pedra so-
ajudá-lo a encontrar as informações balaustradas como cinturas de donzela e bre pedra numa construção em ruínas,
que brilhavam como candeias acesas de depressa se dá conta que o projeto não
de que precisa ou recursos que virgens sensatas. Mas chegou o elevador era reconstruir passados, mas desenhar
presentes.
e trocou-se a elegância pela eficiência e a
podem ajudar você. beleza pela comodidade. A cada tempo E a Igreja deve ser um PRESENTE.
a sua construção! E isto, na arquitetura
Este serviço é gratuito e COISAS DO CORISCO
confidencial. JOSÉ DE SOUSA cem: a vaidade e a inveja.
Cronista do jornal Ninguém sofre tanto como o invejoso.
E a vaidade faz me pensar no milioná-
Ligue para 211. aros leitores rio Howard Hughes.
do jornal A Quando ele morreu, os jornalistas per-
CVoz de Por- guntaram ao advogado: Quanto é que
tugal tenho muito ele deixou, e o advogado respondeu...
orgulho de saber que Ele deixou TUDO.
cada vez mais leitores estão recebendo Ninguém é mais pobre do que os mor-
e lendo o jornal na internet. Fiquei me- tos.
nente com a quantidade de leitores que Para bom entendedor, meia palavra
cruzei nos restaurantes ou na rua e que basta, mas nestas duas linhas tenho a
me desejaram um boa reforma. certeza que muitos vão ler o artigo duas
Pois é, assim até o nosso talentoso di- ou mais vezes e tenho a certeza que cada
rector, o Senhor Mário Carvalho que um de nós ou é ou conhece alguém que
encontrei algures em Montreal com um é invejoso ou vaidoso ou mesmo as duas
ramo de couves para fazer
uma sopinha me falou da
reforma.
Pois e assim, eu já trabalhei
o suficiente para não me
preocupar com o meu futu-
ro financeiro. Mas não pen-
sem vocês que estou milio-
nário como são e me dizem
para ai alguns conhecidos
21-210-140WA meus.
Vou vos contar um artigo
que me enviou um colega do Liceu de coisas. A certeza é que ninguém leva
Ponta Delgada e que hoje e professor no nada consigo depois da morte, por isto
rectângulo português. é que o defunto deixa tudo, mesmo os
Tenho a certeza que muitos de vocês milionários, a vida passa rica mas no
vão se reconhecer neste artigo escrito fundo todos ficam mortos pobres. ''A
por António Lobo Antunes no Diário de vida... ela continua... o tempo... ele não
Notícias(2004): "Com o passar do tem- para... a dor... um dia ela passa'', Autor
po", há dois sentimentos que desapare- desconhecido.
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