A emigração portuguesa para o Canadá é um fenómeno relativamente recente, que teve início apenas nos primeiros anos da década de 1950. Na província do Ontário, no início do seu processo de estabelecimento enquanto grupo, os portugueses erigiram uma comunidade “institucionalmente completa” no núcleo central da cidade de Toronto, conhecida como “Little Portugal”.
A presença dos portugueses, e dos açorianos em particular, nesta área da cidade de Toronto – segundo o nosso conterrâneo José Carlos Teixeira, Professor da Universidade da Columbia Britânica – traduz-se também no seu isolamento espacial e social face à sociedade de acolhimento. Não é por acaso que este bairro é considerado como parte da “Décima Ilha dos Açores”.
Foi em 1983 que alguns açorianos decidiram dar vida a um movimento de inclusão que passasse a representar os anseios dos seus conterrâneos radicados em Toronto e arredores. Assim nasceu o Comité Açoriano de que foram entusiásticos líderes Manuel Moniz e Laurénio Simões. Dois anos mais tarde, este Comité foi formalmente transformado em Casa dos Açores de Toronto, agora com estatutos mais abertos, sendo seu primeiro presidente Eovaldo Moniz, um dinâmico graciosense de saudosa memória. Em 2005, “Casa dos Açores do Ontário” passa a ser a nova denominação. A aquisição do edifício onde agora está instalada, uma vez concluídas as obras de beneficiação, redundou na acolhedora Casa dos Açorianos de que todos se orgulham e que é, só por si, uma história de sacrifício, voluntarismo e abnegação. A oferta de motivos para que os associados reunissem constitui, desde logo, uma das muitas funções destas Casas dos Açores por todo o mundo espalhadas, tudo aqui começando com um pequeno bar e cozinha onde se confecionavam pratos típicos nos fins de semana enquanto jogos de cartas e dominó ajudavam a passar o serão. Posteriormente, os campeonatos de ténis de mesa foram, durante alguns anos, motivo de muita animação. Ultimamente, são os torneios de golfe que atraem centenas de praticantes, sendo de notar a participação entusiasta, em números cada vez maiores, da mulher açoriana nesta e em todas as outras atividades desta organização. No campo das promoções socioculturais, os jantares temáticos nesta Casa dos Açores foram sempre fonte de muitos convívios, especialmente na celebração do seu aniversário, Divino Espírito Santo e Passagens do Ano, Natal da Criança, Natal da Terceira Idade e Semanas Culturais. Merecem igualmente destaque as participações nas Grandes Festas do Espírito Santo da Nova Inglaterra, em Fall River, bem como a atividade regular do seu Grupo de Folclore Pérolas do Atlântico e o programa semanal do Grupo da Terceira Idade. Desde a sua fundação, presidiram à direção da Casa dos Açores do Ontário, sucessivamente, Eovaldo Moniz (1985), Leo Rosa (1987), Emanuel Soares (1993), Miguel Correia (1994), Manuel Ferreira Moniz (1995), Fernando Pereira (1996), José Ilídio Ferreira (1997), Fernando Faria (2000), Tony Arruda (2004), Carlos Alberto Botelho (2005), Lucília Simas (2010) e Suzanne Maria Cunha (2014).