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Bravo à Associação Portuguesa do Canadá

Como tem sido noticiado no jornal A Voz de Portugal, os já habituais jantares das sextas-feiras, e claro para não fugir ao hábito esta sexta-feira dia 10 de dezembro foi servido mais um excelente repasto, confeccionado pelas excelentes cozinheiras da associação, constou de Salmão no forno e frango de churrasco.
As mesas muito bem preenchidas por sócios e amigos desta associação, que contra ventos e marés tem vencido as dificuldades que a comunidade associativa e cultural da diaspora tem passado, no caso da Associação Portuguesa do Canadá, foi o terrível incêndio que Ali déflagrou, mas, os dirigentes meteram mãos à obra e com muito trabalho e esforço renovaram as instalações, graças ao empenho do presidente Sr. Virgílio Santos, e outros membros da direção, dos quais destacamos a excelente colaboração do Sr. Carlos Fernandes.
Foi também servido um jantar para os funcionários da empresa de construção S. M. V., com cerca de noventa pessoas, isto no andar superior que tambem foi renovado.
O ambiente foi festivo como sempre, e ainda mais devido à actividade festiva que se avizinha, a parte musical esteve a cargo do Eddy Sousa e Tony Mickael que, como de costume, fizeram dancar todos os presentes com um extraordinário reportório musical.
A associação continua com os jantares aguardando à visita dos nossos leitores e também da nossa comunidade.

Feliz Natal e um Novo Ano de Esperança

Mais um Natal a chegar, mais um ano a findar, de todos os que já vivi foi aquele que mais me fêz pensar na nossa condição humana sobre a face da terra. 2021, foi um ano vivido de uma forma atormentada e assustadora por este vírus que dá a doença Covid-19, não deixa de nos surpreender cada vêz que pensamos que já o conseguimos dominar aparece uma nova variante.
Felizmente que apareceu uma vacina para nos proteger, e aqueles que nos rodeia, sobretudo os mais idosos e com doenças cronicas.
Viver assim é viver, em liberdade condicionada, que não nos permite fazer aquilo que tanto gostamos, reunir e conviver com familiares, amigos e colegas de trabalho, nem cumprimentar um amigo com um simples aperto de mão, nem um abraço é permitido muito menos, um beijo de amizade.
Festejar e celebrar as nossas festas, religiosas e todas aquelas outras que ao longo dos anos nos habituaram as várias associações da nossa comunidade.
Nunca imaginei que um dia viria a viver desta maneira, passei grande parte da minha vida preocupado com a segurança financeira, para garantir um futuro risonho, porque desde o dia em que deixei a minha terra natal foi esta a razão que me fez continuar a viver no Canada.
Como eu partiram milhares de portugueses de Portugal para poder dar a si próprio, aos filhos e netos um futuro mais risonho com outras condições de vida, prosperidade e escolaridade.
Os que emigraram foram aqueles que ajudaram os pais os filhos e ao mesmo tempo, continuam na velhice a ajudar os netos, na generalidade os pais ajudam os filhos pela vida fora enquanto têm saúde lá vão conseguindo viver na sua casa, quando a saúde e a autonomia falha, por mais filhos que tenha, na maioria nenhum se disponibiliza para lhes dar guarida e cuidar deles até ao dia da morte, isto acontece porque somos egoístas só pensamos no nosso bem-estar, abdicam de cuidar dos velhotes mas não abdicam dos bens que conseguiram com muito sacrifício arrecadar durante a sua vida.
Agora é que eu entendi e compreendi o sentido desta magnifica frase ‘’Antes morrer livres que em paz sujeitos’’ que é a divisa dos Açores.
Natal é tempo de pensar e considerar se aquilo que fazemos e reservamos aos nossos idosos é justo por tudo aquilo que eles fizeram na vida.
Po resta razão ouvimos muitas vezes os nossos idosos dizer antes queria morrer que viver desta maneira, muitas vezes não é por falta de saúde mas por falta de amor e carinho dos seus. Desejar a morte é quando a vida já não tem mais sentido, porque é tão bom viver!
Durante este período de pandemia mundial é que tivemos a oportunidade de saber em que condições viviam e vivem os últimos anos de vida os nossos idosos nestes lares para a terceira idade!
Com tudo isto tenho a esperança que dias melhores estão prestes a chegar com a vinda do novo ano 2022.
Natal é tempo de reflectir e pensar e ao de criticar nem julgar quem quer que seja, e pensar mais nos outros e menos em nós próprios.
Feliz Natal e Bom Ano novo para todos.

New York City vencem Portland e sagram-se campeões norte-americanos de futebol

Os New York City FC venceram sábado na casa dos Portland Timbers a final do ‘play-off’ do campeonato norte-americano de futebol (MLS), no desempate por grandes penalidades, sagrando-se campeões pela primeira vez.
Depois de um empate a uma bola durante o tempo regulamentar e prolongamento, foi nos penáltis que a equipa nova-iorquina confirmou o triunfo, marcando quatro penalidades e só sofrendo duas, graças a duas defesas do guarda-redes Johnson. O argentino Valentín Castellanos, melhor marcador da MLS, com 20 golos, marcou aos 41 minutos para os “citizens”, que pareciam ter a vitória garantida até ao último instante, quando o chileno Mora fez, numa jogada de insistência, aos 90+4, o empate, obrigando a um prolongamento que acabou por não mudar nada. Em casa, os Timbers perderam pela segunda vez na final do campeonato, depois de 2018, e continuam com apenas um título, conquistado em 2015. Já os New York City FC, afiliados do mesmo grupo que é dono do Manchester City e cerca de uma dezena de outros emblemas, chegaram à primeira final desde que foram fundados, em 2013, e conseguiram o triunfo, sob o comando do treinador norueguês Ronny Deila, após a vitória na Conferência Este. O conjunto de Nova Iorque sucede aos Columbus Crew, capitaneados pelo português Pedro Santos, que em 2020 venceram o título pela segunda vez e este ano falharam os “play-offs”.

Grécia: Pedro Martins recebe prémio de treinador do ano

Pedro Martins recebeu, nesta segunda-feira, o prémio de melhor treinador da Liga grega em 2020/21, época em que ao bicampeonato.

Rúben Semedo também foi distinguido pela inclusão no onze ideal da temporada.

Youssef Al Arabi recebeu o prémio de melhor marcador e de melhor estrangeiro. Georgios Masouras foi distinguido como melhor jogador grego.

Último Adeus ao nosso Tótó

O caminho e história da nossa comunidade é um pavimento muito bem enfeitado com muitas pessoas que enriqueceu a nossa cultura.
Há pessoas que saiem da comunidade e nunca mais vamos o ver, outros que voltam para Portugal, etc. O ano passado escrevi um artigo que houve um jornal em Toronto que desapareceu e a nossa rádio Portugalíssimo.
Muito adoravam este programa porque em algumas horas podias saber tudo… A Rosa Velosa explicava tudo, com a sua voz magnífica e uma certeza que eu nunca vou ter, porque na final, sou português canadiano, e nunca serei 100% português.
Neste programa havia:
Desporto,…
Cultura,…
Literatura,…
Notícias de lá e de cá,…
Música
e claro, tinhamos o nosso Tótó.
António Castro para muitos era um homem simples e nada a ver de uma pessoas complicado. Ele tinha um humor sensacional porque guardava 50 000 anedotas na sua cabeça, e quando era tempo de meter uma, ele pecava numa e dizia sem problema.
Acho que a Rádio Portugalíssimo era um pilar na comunidade e este pilar desapareceu, e, para mim, há um vazio que se criou na rede radiofônica em Montreal e que acho que nunca mais voltará. Alguns vão ir para outras rádios comunitárias ou deixa completamente e que vai começar a ouvir rádio direto de Portugal, o que é muito mais fácil, hoje em dia.
A Rádio Portugalíssimo marcou a história da nossa comunidade com entrevistas em destaque, já fui várias vezes entrevistado pela Rosa Velosa, e acho que ela tem uma maneira de ser que não vi nesta comunidade e além do Tótó não há ninguém que chega ao joelhos dele.
Sempre alegre e feliz da sua vida.
Mesmo no seu trabalho ouvi que ele tinha um coração de ouro, mesmo doente ele continuava a trabalhar para arranjar alguns problema que acontecia no trabalho e sempre com um sorriso.
Para mim, o que eu posso dizer é simples.
Todos nós somos um bocadinho TÓTÓ e acho que ele refleta o que todos nós sentimos, mas ele dizia…
Eu me lembro da Festa de Halloween do Portugalíssimo e foi uma das mais divertida da minha vida, quando Tótó chegou ao palco em balão foi de morrer de rir.
E, em cada aniversário foi sempre um divertimento com talentos da nossa comunidade e não só….
Quero deixar a minha pequena mensagem a Rosa Velosa,… Os meus sinceros pêsames. Lamento a sua perda e imagino a dor que agora atormenta seu coração. Mas tenha força e acredite que com o tempo tudo ficará mais fácil. A saudade estará sempre presente, e através dela a memória de quem se foi continuará viva, Adeus António Castro.
Aqui é a linda mensagem da sua filha,…
“Filha a vida são dois dias, palavras que o meu querido papá me diria quando a vida me desafiava.
Na sua opinião, a vida era demasiado curta para ser desperdiçada com pequenos problemas.
O meu pai foi sempre uma fonte de calma, de paciência uma pessoa dócil , um ombro com que podíamos contar.
Um pai, marido, avô e amigo dedicado que colocava a família à fente de tudo e de todos, acontecesse o que acontecesse.
À medida que fui crescendo, não havia nenhum pedido demasiado grande que não pudesse ser satisfeito pelo papá.
Ele estava sempre disponivel para me conduzir a casa nos finais de noite depois das festas na minha adolescência, as incontáveis chamadas nocturnas que fiz, porque mais uma vez eu me perdera a conduzir algures;..o papá era o meu google maps daquela altura.
Dizia-me sempre : filha ,encosta, acalma-te e olha a teu redor, diz-me o que vês; e ficava ao telefone comigo a orientar o meu caminho até chegar ao meu destino.
Um homem simples que se perdia num puzzle sudoku, mas a sua maior alegria era cozinhar, dizia sempre que um chefe de cozinha teria sido a sua profissão preferida.
Quaisquer desejos que eu tivesse por refeições específicas eram satisfeitos, tudo o que eu tinha que fazer era dizê-lo e no dia seguinte, tal como um pai mágico ali aparecia realizado o pedido.
Muitos de vós se lembra certamente como o ‘Toto’, aquele que fazia toda a gente rir nas emissões da rádio, ele era essa pessoa bem humorada não só em público mas também em casa.
Quase todos têm um pai que conta piadas mas as piadadas do meu erm verdadeiramente muito engraçadas. Ele encontrava uma maneira de transformar cada situação dificil em algo mais ligeiro.
Lembro-me do tempo em que ele se vestiu no Halloween para ir fazer o Trick or Treat com as suas netas, foi uma das minhas melhores recordações, oh meu Deus como nos rimos quando ele se apresentou à nossa porta vestido de mulher!
As suas histórias do tempo de dormir que contava às minhas filhas nunca foram retiradas do livro, mas sim inventadas à medida que ele ia avançando no livro e as miudas riam histericamente das suas tolices.
As suas netas; Kara e Ela eram as suas maiores alegrias!
Os seus últimos desejos eram “se ao menos tivesse mais alguns anos com elas”!
Ele largava tudo para as ir buscar à escola, tomava conta delas e ajudava-as com os trabalhos de casa.
Muito recentemente levou Kara às compras de supermercado, o qual foi um delirio.
Ainda de volta à cozinha, oh meus Deus, quantas sopas que ele fez para o almoço. Ele telefonava-me e perguntava-me o que achava que as meninas queriam essa semana, minestrone ou canja.
Um homem de grande sabedoria, ele sabia o suficiente sobre todos os tópicos que lhe eram apresentados.
Papá nunca haverá palavras suficientes para descrever o incrível homem, pai, marido, avô que foste e como sempre dirias :
Filha a vida são dois dias.
Só desejava ter muito mais contigo meu papá, por agora, o céu ganhou o anjo mais belo, Amo-te”.

Cartões de Natal e de Boas Festas

Crónicas de Lisboa
Escreve-me uma carta, poderia ser o início de um conto do passado, porque hoje já quase ninguém escreve uma carta ou um bilhete postal, pois as evoluções nos meios de comunicação fizeram cair, drasticamente, a comunicação através das cartas e dos bilhetes postais.
Os mais velhos lembram-se do impacto que tinham e da ansiedade que sofriam quando esperavam e recebiam uma carta de um familiar ou de um amigo. E os namorados que usavam esta forma para comunicarem com o seu amor, às vezes até para pedir namoro à sua enamorada (mais os rapazes dos que as raparigas). Muitos namoros, quando os enamorados estavam longe, assentavam nas cartas trocadas. Havia até casamentos em que os noivos nunca se tinham visto pessoalmente e recorriam à via do “casamento por procuração”. Em plena guerra colonial, que durou treze anos e com milhares de jovens entre os vinte e um e os vinte e quatro anos por ali passaram, infelizmente, muitos não regressaram vivos (morreram cerca de dez mil e quinhentos militares portugueses em Angola, Guiné e Moçambique) foi criado o “aerograma”, numa ação conjunta entre o Movimento Nacional Feminino, o Serviço Postal Militar e a TAP, que passou a ser o principal meio de comunicação entre os jovens, “mobilizados à força” para a guerra, e os seus familiares, namoradas, madrinhas de guerra e amigos. Era um manuscrito e que depois de escrito, era fechado com a “cola da língua”, não necessitando de envelope e selo.
Havia assim muitos tipos de cartas, não me refiro ao papel ou do envelope, mas sim em relação ao seu conteúdo. Umas trazia notícias de “boas-novas” e, no extremo, poderiam trazer notícias de sofrimento ou de dramas. Enviar ou receber cartas, maioritariamente manuscritas, era algo que fazia parte da sociologia do tempo em que só os telefones fixos (estes pouco, pois ter telefone privativo não era acessível à maioria dos portugueses), e dos telegramas rivalizavam com as cartas como meios de comunicação à distância. Lembro-me, menino, lá na minha aldeia beirã, nós, miúdos, esperarmos ansiosamente a chegada do carteiro, montado na sua bicicleta “tipo pasteleira”, meio difícil de locomoção naqueles “caminhos de cabras” e cujo nome Henrique nunca mais me esqueci. Rodeávamos aquela figura de homem seco, tal era o esforço que despendia diariamente para fazer chegar a correspondência (levava de volta as expedições que os aldeões enviavam) e interagíamos com ele, porque sentíamos que ele, além de educado e afável, era um homem que nos trazia alguma cultura, num meio cujos adultos eram, maioritariamente, iletrados (analfabetos). Eramos nós, miúdos e a frequentar a escola que servíamos de “leitor”, das cartas que chegavam, e de “escribas” das cartas a expedir. Se era mais fácil ser “leitor”, já o papel de “escriba” era mais difícil, porque passar ao papel as palavras que aquela gente ia ditando, gerava alguns conflitos geracionais. Lembro-me, de uma vez, uma aldeã vir pedir à minha mãe, ela também iletrada (na idade de menina dela, só os rapazes iam à escola), para que eu escrevesse a carta que ela queria enviar a um familiar. Acerca da morada, ditava ela “Scadinhas de S. Cristóvão número 5”. Prontamente eu, puto de nove ou dez anos, disse: Não é “Scadinhas”, mas sim “Escadinhas”. A reação dela foi de desacordo e, ato continuo e com “má cara” pediu-me o envelope e foi, com certeza, procurar outro escriba.
Rebuscando no baú das memórias, dei comigo, há dias, com uma caixa dos sapatos cheia de Postais de Natal que fui recebendo ao longo dos últimos vinte e cinco anos da minha vida profissional (de Bancos, de Fornecedores, de Clientes e também de amigos). Este hábito conservador e apegado a coisas que fazem parte das minhas memórias, foram enchendo os meus espaços, pelo que, periodicamente tenho que me desfazer desses objetos de memórias. A quase totalidade desses “Postais de Natal e de Boas Festas” tiveram como destino o contentor azul da reciclagem de papel e que, rigorosamente, tento cumprir, para bem do planeta. Confesso que muito me custou este desprendimento, mas fica como último ato as memórias que pude reviver, porque, confesso, vi-os todos um a um e fiquei com meia dúzia daqueles que representavam mais desses anos em que fui destinatário duma atenção, tão simples, como enviar um postal, uns mais “ricos” do que outros. Muitas empresas e os cidadãos também, esmeravam-se na escolha, para que a mensagem cumprisse o seu fim. Manda a etiqueta que todos tenham uma parte manuscrita e assinatura, no verso da imagem escolhida. Revi e revivi naquele lote o que cada um representou como forma e meio de comunicação. No presente, são os meios modernos de comunicação que substituíram, em grandíssima parte, as saudações da “época natalícia, sejam de empresas e instituições, seja dos cidadãos.
Na linha dos meus artigos recentes e cujos títulos eram alusivos a “Bilhetes Postais” (tentar ler aqui no site do jornal) a designação de “Postal Ilustrado” era uma referência simbólica, porque fui retratando situações que os meus olhos foram captando, tal máquina fotográfica sempre pronta a disparar. Acabei, no decorrer da escrita deste artigo, por evoluir para uma análise sociológica dos meios de comunicação em papel e não sobrou espaço para falar de algo que me faz doer a alma, as imagens que os mais atentos e ainda resistentes a esta “febre natalícia”, cujo poder do Marketing fez subverter os valores genuínos do Natal, vai captando, nas ruas das cidades, e como “Bilhetes Postais hediondos” e que nos deveriam envergonhar a todos: os sem abrigos e deserdados da sorte ou reféns de vícios que os atiram para a valeta da vida e por ali vão jazendo. Contarei noutro artigo, talvez depois das festas natalícias, para não incomodar algumas almas menos solidárias.

Bolieiro quer passar açorianidade a novas gerações nos EUA

O presidente do Governo Regional dos Açores, José Manuel Bolieiro, defende que o “grande desafio” atual da diáspora açoriana, a ser também ser seguido pelo executivo, é “passar o legado de açorianidade” às novas gerações de emigrantes.
“Como é que vamos construir uma estratégia para aprofundarmos estes laços e passar às novas gerações este legado? Não tenho uma varinha mágica nem uma solução pronta. Mas tenho toda a disponibilidade para construir esta estratégia com todos”, declarou José Manuel Bolieiro, citado pelo gabinete de imprensa do executivo açoriano.
O líder do Governo Regional falava em Fall River, nos Estados Unidos da América, área de acolhimento de muitos açorianos, no domingo, na cerimónia que assinalou os 30 anos da Casa dos Açores da Nova Inglaterra.
Estima-se que existam radicados nos Estados Unidos 1,5 milhões de açorianos e os seus descendentes.
Para Bolieiro, garantir que os mais jovens emigrantes e descendentes de açorianos “não percam a raiz e não se desinteressem” pela história das ilhas “é um desafio muito complexo e difícil, mas que está ao alcance”.
O social-democrata, que se fez acompanhar pelo vice-presidente do Governo dos Açores, Artur Lima, declarou ter “gosto pessoal” na presença em Fall River, mas também um sentimento de “dever” de, como presidente do governo, valorizar todos os que, “através do movimento migratório, souberam conjugar o aparentemente contraditório”, ou seja, “amar as raízes e ter asas para voar à procura da felicidade para si e para as suas famílias”.
“Saíram da ilha, mas a ilha não saiu da alma de cada um. O governo está convosco. Estamos com cada um de vós”, frisou.
O líder do executivo açoriano destacou a Casa dos Açores da Nova Inglaterra como uma “verdadeira embaixada da açorianidade”, deixando uma saudação ao passado da instituição, mas garantindo compromissos com o presente e o futuro.
Além da presença na Casa dos Açores da Nova Inglaterra, a visita de José Manuel Bolieiro e Artur Lima contemplou contactos com “representantes da comunidade, da diáspora e de políticos eleitos”, com atenção à inclusão.
“É bom ter na capacidade governativa esta capacidade mais elevada de incluir, respeitar a diferença, envolver todos num projeto comum. Esta é uma responsabilidade que qualquer representante político tem de ter. Nenhum projeto sairá vencedor se for um projeto de um homem só”, disse. Bolieiro pediu aos açorianos na América para manterem “esta força, esta vontade de reunir e gostar uns dos outros”.
“Gostar uns dos outros é gostar de nós próprios, elevar a nossa condição. A pessoa humana não é um ser isolado, é um ser convivente, que gosta do calor entre a família e os amigos”, considerou.
A Casa dos Açores da Nova Inglaterra (CANI) foi oficialmente fundada como “Casa dos Açores do Estado de Rhode Island”, no estado de East Providence, em 08 de junho de 1982, e teve como primeiro presidente o senador John Correia.
Foi criada com o objetivo de prestar serviços à comunidade onde se encontra inserida nas mais variadas vertentes – oportunidades educacionais, culturais e sociais, bem como o intercâmbio cultural e logístico entre a comunidade açoriana emigrante no sudoeste da Nova Inglaterra e os Açores.
Após um interregno de cerca de oito anos, em 16 de outubro de 1991, Leonardo Oliveira e um grupo de amigos seus conterrâneos reabriram a instituição, já sob a denominação de Casa dos Açores da Nova Inglaterra, sendo o seu primeiro presidente Paulo Bettencourt (1991). Seguiram-se José Soares (1993), Mariano Alves (2004) e João Luís Morgado Pacheco (1995 e 2006).
Em 2010, Mário Ventura assumiu a presidência até 2012, altura em que Nélia Alves-Guimarães foi eleita a primeira mulher presidente desta instituição. Em 2018, Francisco Viveiros assumiu a presidência, que ainda exerce atualmente.
Esta foi a primeira deslocação de José Manuel Bolieiro aos Estados Unidos como presidente.

A complexidade do que é simples: o dérbi de quem tem mais equipa

Benfica 1-3 Sporting
Vamos na jornada 13, mas o azar não explica a situação em que o Benfica ficou, a quatro pontos de FC Porto e Sporting. Ao perder o dérbi, já depois da vitória do FC Porto em Portimão, o Benfica mostrou que é a menos equipa das três que lutam pelo título.
O plantel de Jorge Jesus até será o mais rico em termos individuais, mas coletivamente vai mostrando estar aquém dos rivais. Com os processos menos claros, com os automatismos menos definidos, com a personalidade menos vincada.
O Sporting, por outro lado, deixou mais uma prova de que o título não é obra do acaso. É obra de Amorim. Desde logo pela estratégia delineada para a primeira visita à Luz como treinador do rival com público nas bancadas. Mas acima de tudo pela identidade que deu à formação leonina, e que ficou bem patente, uma vez mais. O Sporting entrou no dérbi a marcar João Mário, que sofreu três faltas nos primeiros cinco minutos, mas a equipa de Ruben Amorim também não perdeu tempo a marcar na baliza do Benfica. Estavam cumpridos apenas oito minutos quando Porro e Pote criaram o desequilíbrio na direita e o português fez uma assistência fenomenal para uma conclusão à altura de Pablo Sarabia, de primeira. O Benfica até respondeu de imediato, com uma cabeçada de Grimaldo que Adán afastou a soco (10m), mas foi um inconformismo pouco clarividente. O golo madrugador deixou o Sporting nas suas sete quintas. Com a estratégia bem definida, não permitia que Weigl e João Mário pegassem no jogo, e por arrasto conseguia também esconder Rafa e Darwin do jogo. Incapaz de jogar por dentro, a equipa de Jorge Jesus usou e abusou dos cruzamentos na primeira parte, sem efeitos práticos, enquanto que o Sporting era bem mais vertical, mais pragmático, mais perigoso. Pote teve duas ocasiões seguidas para marcar (38 e 39m), sendo que uma delas foi desviada por Vlachodimos para o poste, e Paulinho ainda teve um golo anulado por fora de jogo antes do descanso.
A primeira parte terminou com 65 por cento de posse de bola para o Benfica, mas apenas um remate, para seis do Sporting. Ao trocar Lazaro por Yaremchuk, ao intervalo, Jesus conseguiu ver uma reação da sua equipa, sobretudo depois de Amorim ter perdido mais um central. Feddal saiu por lesão, ao minuto 55, e o Benfica teve duas soberanas ocasiões para empatar: primeiro com Darwin a cabecear ao ferro (60m), e depois Adán a negar o golo a João Mário (62m).
As águias pareciam dispostas a mostrar outra faceta, mas o Sporting revelou a mesma de sempre: mais vertical, mais pragmático, mais perigoso. Abriram-se avenidas novas no relvado do Estádio da Luz, e Matheus Nunes aproveitou. Primeiro fez a assistência para o golo de Paulinho (62m), e depois assinou o terceiro golo leonino (68m). O Benfica teve a dignidade de reagir, ainda que o desfecho do jogo já estivesse anunciado. Darwin teve um golo anulado por fora de jogo de Yaremchuk, o mais inconformado dos pupilos de Jesus na segunda parte (82m), mas foi Pizzi, que saltou também do banco, a marcar o tento de honra encarnado, já em período de descontos. Mas a reação do Benfica não merece mais do que uma menção honrosa, perante a maturidade do campeão. No final houve lenços brancos e uma assobiadela monumental na Luz. Para lá da diferença pontual para os rivais, o Benfica fica obrigado a refletir sobre a sustentabilidade do projeto assumido com o regresso de Jorge Jesus.

Rua Principal do ‘Little Portugal’ em Toronto muda de nome e reescreve a história

A rua que atravessa o Little Portugal, em Toronto, vai mudar de nome devido à ligação da designação à escravatura, uma decisão que ‘mexe’ com muitos emigrantes que destacam o simbolismo que a Dundas Street tem para os portugueses.
“A Dundas era basicamente a rua mãe de todos os portugueses”, explicou à Lusa o empresário luso-canadiano Miguel da Silva, no Canadá desde 1985, que disse compreender a decisão das autoridades de mudar o nome da artéria e de todas as toponímias relacionadas com Henry Dundas. A rua, a mais famosa do Little Portugal, a zona dos portugueses em Toronto, homenageia a memória de um político escocês do século XVIII, famoso por atrasar, em 1793, a abolição da escravatura transatlântica por 15 anos, condenando mais de 600 mil pessoas a mais uma década de escravatura. Segundo Miguel Silva, “poucos conheciam o significado” de Dundas. A rua inclui 23 quilómetros ao longo de Toronto, existem mais de 730 placas com aquela designação, e a mudança de morada afeta a vida de 97 mil pessoas e de 4.500 pequenas e médias empresas. Em julho, deste ano, o executivo municipal decidiu aprovar a retirada do nome Dundas, uma decisão que afeta aquela rua, praças, parques e duas estações de metro. “Isto não é a primeira vez que acontece no Canadá. Durante a Primeira Guerra Mundial tínhamos uma cidade chamada Berlim e hoje é conhecida por Kitchener. Nessa altura foi a mudança completa do nome de uma cidade, que por razões óbvias, foi alterado o nome. Não é algo inédito no Canadá”, começou por afirmar à agência Lusa Ana Bailão.
A vice-presidente da Câmara Municipal de Toronto e também vereadora da Davenport, explicou que a rua Dundas “é enorme, populosa, muito conhecida”, sendo que este processo de alteração do nome “vai demorar algum tempo” e terão de ser escolhidas novas designações, muitas vezes em consultas populares locais.
Em junho, um relatório interno da autarquia recomendou a eliminação do nome Dundas, após uma petição assinada por mais de 14 mil pessoas, lançada em 2020, na sequência dos protestos contra o racismo que ocorreram globalmente. Henry Dandas “sugeriu que a abolição de escravatura fosse feita gradualmente, pois tinha preocupações no que aconteceria aquelas pessoas, que se tinham tornado escravos”, sublinhou a historiadora canadiana Rosemary Sadlier. O também primeiro visconde de Melville e secretário de Estado para a Guerra do Império Britânico tentou retomar conta do Haiti e Granada, mas sem sucesso. “40 mil militares britânicos perderam a vida nesse esforço, ou ficaram incapacitados. Então ele comprou 13.400 escravos africanos para integrarem o exército britânico nas caraíbas, que fez dos ingleses os maiores compradores de escravos do mundo”, realçou a especialista em história afro-canadiana.
No entanto, por outro lado, “muitos dos nomes atribuídos às ruas na cidade de Toronto têm uma ligação a uma família influente à comercialização de escravos”.
“De uma forma, opôs-se ao fim da escravatura em solo britânico, mas não se importou de utilizar os escravos africanos para contribuírem na economia e no exército britânica”, destacou Rosemary Sadlier.
A Associação Comercial e Serviços do Little Portugal na Dundas também terá de alterar a sua designação, passando a chamar-se de ´Little Portugal in Toronto BIA´, algo que Anabela Taborda, a presidente daquela organização, disse já estar preparada.
“Já estávamos preparados para tal. Estou solidária com todas as pessoas afetadas por Henry Dundas e mostro-me favorável à mudança de nome”, frisou.
Foi criada pelo município canadiano uma comissão consultiva, integrando-a líderes comunitários de várias etnias, empresários e dirigentes associativos, incluindo Anabela Taborda, com o objetivo de propor uma nova designação à rua, até ao segundo trimestre de 2022. “Temos de olhar para nós portugueses, com a situação da Ponte 25 de Abril, que era denominada por Ponte Salazar. Muitas pessoas sentiram-se magoadas pelo antigo ditador. Estamos na mesma situação, temos todos de viver em conjunto e se alguém estiver a sofre, temos de dar a mão e ajudar”, acrescentou.

Belenenses SAD: identificados treze casos da variante Ómicron

Ensaios preliminares sugerem «fortemente» que os treze casos de covid-19 detetados no plantel da Belenenses SAD estejam relacionados com a nova variante Ómicron, segundo confirmou esta segunda-feira o Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge (INSA).
Um dos jogadores «terá tido uma viagem recente à África do Sul», refere o INSA. Recordamos que o Belenenses SAD tem dois jogadores originários da África do Sul, Cafu Phete e Yaya Sithole, e um deles terá estado na origem do surto que se propagou a outros elementos da equipa, antes do polémico jogo com o Benfica, com a equipa do Jamor a entrar em campo, no sábado à noite, com apenas nove jogadores.
«Os ensaios preliminares efetuados no INSA sugerem, fortemente, que todos os 13 casos associados aos jogadores da Belenenses SAD estejam relacionados com a variante de preocupação Ómicron», lê-se no comunicado.
Segundo a Direção Geral de Saúde (DGS), os jogadores em causa, bem como as pessoas que estiveram em contato com eles, vão ficar em isolamento e sujeitos a testes periódicos.
«Por forma a garantir a quebra de cadeias de transmissão e seguindo o princípio da precaução em Saúde Pública, enquanto se aguardam mais informações relativamente à transmissão, impacto e efetividade vacinal contra a variante Omicron, as Autoridades de Saúde determinaram o isolamento profilático dos contactos dos casos de infeção associados a este surto, independentemente do estado vacinal e do nível de exposição. Estes contactos permanecem isolados e serão submetidos a testagem regular, o mais precocemente possível, ao 5.º e ao 10.º dia», refere a DGS.
O INSA também analisou as amostras dos 218 passageiros de um voo com origem em Maputo que aterrou no Aeroporto de Lisboa no passado dia 27 de novembro. neste caso, foram detetados dois casos positivos, mas apenas um levanta fortes suspeitas de estar relacionado com a nova variante.

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