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Encontro da comissão do Senhor Santo Cristo no Best Western Plus Montreal Este

Sábado passado foi um dia emocional para mim, depois de alguns meses a ajudar esta linda comissão de festa do Senhor Santo Cristo dos Milagres com cartazes, livrinho, cartas, convites, etc.

O agradecimento foi um jantar em boa companhia. No início, todos falaram para ver se a comissão vai continuar ou não, o que ocoreu mal e o que foi bom.

No final, esta comissão estão de parabéns porque este grupo fez renascer a nossa comunidade num fim de semana muito bem preenchido, com grandes artistas no sábado e domingo. Todos adoraram o serviço e o comer. Para A Voz de Portugal, relatamos muito bem o sucesso desta festa e esta semana, no programa televisivo A Voz de Montreal que está no Canal FPTV SIC vai apresentar a última parte deste fim de semana, com entrevistas, música e boas pessoas. Por outro lado em dois meses tudo mudou na nossa comunidade. Muitos estavam para anular as festas, e quando souberam que esta comissão
quiseram organizar as festas,… tudo é possível. É claro, nada é perfeito mas tudo o que eu vi, foi o renascimento da nossa comunidade, com alguns “shows” inesquecível para muitos. Dois anos sem festas, sem encontros, sem dança, foi muito difícil para muitos. E, esta comissão deu um toque para que tudo mexe positivamente. Muitos criticaram, outros rebaixaram
a comissão mas este grupo (e não só, porque há muitos que não vieram a este encontro) provaram que estão sólidos e prontos a enfrentar todos.

Acho triste que a comunidade não pode ser mais unida para que estes eventos possam ser realizados e que para todos que não acreditavam na realização deste lindo evento. É pena, mas a comissão ganhou esta aposta e que a próxima festa que vai se realizar em outubro de 2022, haverá uma grande surpresa. Mais uma vez, parabéns e até a próxima.

P.s.: Já achamos mais uma nova linda cara para o programa A Voz de Montreal, queremos dar as boas-vindas a Yliana Carvalho que vai iniciar a sua primeira emissão esta semana na FPTV SIC, A VOZ DE MONTREAL.

Festa do Divino Espírito Santo em Santa Cruz

No passado fim de semana, 27, 28 e 29 de Maio ao passar pelo recinto da Missão Santa Cruz em Montreal respirava-se um ambiente de festa.
Que alegria voltar de novo a ver o nosso povo, reunido, alegre e contente a celebrar em harmonia as festas em honra do Divino Espírito Santo.
Os mordomos do império do Espírito Santo de Santa Cruz, 2020 José Machado e José Pacheco, esposas, e comissão, finalmente conseguiram organizar a tão desejada festa em honra do Espírito Santo, não esquecendo que até a pouco tempo, a festa deste ano estava para não acontecer, devido a pandemia, como aconteceu nos anos 2020 e 2021, mas a Força do Espírito Santo é forte e tudo decorreu de uma forma excelente.
Na sexta-feira após a recitação do terço foram servidas a tão deliciosa carne guisada.
Para o sábado e domingo os mordomos prepararam um programa religioso e profane muito bem recheado.
As festividades do sábado tiveram inicio as 9 horas da manhã com a celebração da missa das pensões e só terminou já tarde durante a noite com a atuação da banda Sagres que pelo segundo fim de semana consecutiva fez vibrar Montreal, com a sua música variada todos aqueles que compareceram no recinto da igreja de Santa Cruz, tiveram a oportunidade de assistir a mais uma excelente atuação deste grupo musical do Ontário.
O momento mais emblemático das festas é o domingo com a saída do cortejo que este ano teve uma grande participação de jovens, o cortejo percorreu as ruas vizinhas da missão de Santa Cruz, Rachel, Marie Anne e Saint Urbain.
Depois da recolha do cortejo foi a celebração da missa solene pelo reverendo padre António Araújo acompanhado pelo grupo coral do Santo Cristo, e no fim da missa foi a coroação dos mordomos e outros fieis.
No fim da santa missa, foram todos convidados em comunhao com o Espirito Santo a comer as sopas.
De realçar a presença, no cortejo, na missa e nas sopas, do ilustro doutor Horácio Arruda e esposa, posso testemunhar que ele adorou reviver os tempos passados quando ele era criança na companhia dos pais que como todos sabem eram de origem açoriana.
A pandemia tirou-nos dois anos de vida comunitária mas deu-nos um amigo o doutor Horácio Arruda.
Ainda o sol brilhava e aquecia intensamente, quando teve inicio o arraial com a atuação da artista Lídia Sousa que se deslocou diretamente de Toronto para participar nas festas do Espírito Santo de Santa Cruz.
A Cantora Lidia Sousa cantou e encantou os presentes com a sua magnifica voz, foi para muitos, em especial para mim uma agradável surpresa por ter sido a primeira vez que assistiu a um espetáculo dela.
Animação do serão terminou com o concerto da Banda Filarmónica Portuguesa de Montreal sobre a regência do jovem maestro Brian Ferreira.
As festas terminaram com o sorteio das domingas e do mordomo para 2023, havia duas pessoas que haviam depositado o seu nome, mas o sorteio ditou a sorte no bem conhecido Arthur Sousa como mordomo do império de Santa Cruz para o ano que vem.
Muitas felicidades ao mordomo Arthur Sousa e família.
Parabéns aos mordomos, comissão e todos os benfeitores que ajudaram a realizar estas festas não esquecendo os cozinheiros que prepararam as sopas.
Termino com um só desejo que o Espírito Santo protegei-nos contra a peste, a fome e a guerra.

To Be Or Not To Be Portuguese

A nacionalidade é definida como o vínculo jurídico que liga uma pessoa a um Estado.
Mas existem outros vínculos que ligam uma pessoa a um Estado. São os vínculos emocionais que surgem no seio de luso-descendentes e, apesar da Lei da Nacionalidade os considerar portugueses de origem, aquilo que verdadeiramente sentem é que, o berço onde nasceram conferiu-lhes este direito porque sempre se sentiram portugueses, apesar de viverem noutro país.
É gratificante sentir o orgulho das suas origens, o fascínio que demonstram por um país que de pequeno apenas tem a sua área geográfica, porque tudo o que conhecem de Portugal, tem a dimensão do mundo.
Mergulhar nas nossas tradições, na nossa cultura e hastear a bandeira portuguesa com o mesmo direito que todos os restantes cidadãos, faz parte do desejo que transmitem sempre que solicitam este tipo de apoio jurídico.
A Lei da Nacionalidade define os termos que a nacionalidade originária, pode ser atribuída aos filhos de mãe portuguesa ou de pai português, nascidos no estrangeiro. Para tanto é necessário que os filhos inscrevam o seu nascimento no registo civil português ou declarem que querem ser portugueses.
O casamento dos pais terá de estar averbado em Portugal no caso de os candidatos à nacionalidade terem nascido no estrangeiro, caso não o esteja, o averbamento tem de preceder o pedido de atribuição de nacionalidade, sendo necessário a entrega de certidão de nascimento e documento de identificação.
As declarações para atribuição, aquisição ou perda da nacionalidade e naturalização de estrangeiros estão sujeitas a registo obrigatório, registo que depois será lavrado por assento ou averbamento, na Conservatória dos Registos Centrais.
A atribuição da nacionalidade portuguesa produz efeitos desde o nascimento, sem prejuízo da validade das relações jurídicas anteriormente estabelecidas com base noutra nacionalidade.
As declarações para atribuição da nacionalidade são prestadas pelos próprios, por si ou por procurador bastante, sendo capazes ou pelos representantes legais, sendo incapazes e podem ser requeridas nomeadamente junto dos serviços consulares portugueses da área de residência, conservatória do Registo Civil à escolha, etc.
Coloque as suas questões sobre a lei portuguesa para: juditeteodoro@gmail.com

Encontro dos Órgãos da Comunicação Social
da Diaspora nas ilhas da Terceira e São Miguel

A Voz de Portugal e o programa televisivo A Voz de Montreal presentes no Encontro dos Órgãos da Comunicação Social do Canadá e dos Estados Unidos nas ilhas da Terceira e São Miguel promovido pelo Governo Regional dos Açores durante os dias 15 até ao dia 20 de Maio.

Esta iniciativa foi organizada pela Direcção Regional das Comunidades contou com a participação de 12 directores de órgãos de comunicação social que servem as maiores comunidades Açorianas no Canadá e nos Estados Unidos.

Foi sem duvida um prazer estar presente neste encontro, um muito obrigada ao Governo Regional dos Açores um grande obrigada ao Dr. José Andrade da Direcção Regional das Comunidades e a sua excelente equipa de cinco estrelas que se dedicou a este magnifico e excelente encontro, tendo como objectivo aprofundar o conhecimento da realidade actual da sociedade Açoriana e estimular uma maior aproximação informativa entre os Açores e a diáspora Açoriana.

O Espírito Santo está passando por aqui…

O Espírito Santo está passando por aqui
Quando ele passa tudo se renova
A tristeza vai, e alegria vem!
Quando ele passa tudo se renova
A alegria vem, vem p’ra ti, p’ra mim também.
Sim esta canção foi um bem para mim, quando ouvi esta linda oração, eu disse que tudo está no bom caminho. E, no fim-de-semana transacto foi para mim um momento de grande alegria, comer a carne guisada, saborear as sopas do Espírito Santo no bom momento e não em “take-out”.
Juntos com amigos e família.
Sim sempre adorei a linda família do Centro de Hochelaga. Sempre abertos de coração, sempre prontos a ajudar, sempre com as tradições nos corações dos membros e da direção, e, sempre com as portas abertas.
É verdade quando o Espírito Santo passa por aqui, a tristeza vai, e, a alegria vem. Este ano eles voltaram as bases, rezando todos juntos num ambiente de amizade na boa data e no bom momento.
A Sexta Dominga foi escolhida pelo Centro de Hochelaga como é habitualmente a primeira grande festa do Espírito Santo. Já lá vão mais de 30 anos que fazem a primeira grande festa do verão. Hoje em dia não é tão grande mas, parece que a tradição dicta a história da nossa comunidade.
Durante uma semana do 22 até ao 27 de maio o centro rezou na sua sede, sábado foi a noite da carne guisada e finalmente a cerimónia religiosa teve lugar na igreja St-Dominique de Sávio com o padre Masson.
Depois da missa todos foram a sede situada no 9515 rua Hochelaga e festejou-se em grande com as sopas do Espírito Santo. Foi um lindo momento de confraternização com boa música e boa gente.
O centro agradeçe todos os que vieram e que ajudaram diretamente ou indirectamente este evento. Obrigado e bem haja.

A IDIOTIA AO DIA-A-DIA

Na tarde desta terça-feira, a quarta deste mês de maio, fui encontrar uma conversa de que participavam o major-general Carlos Martins Branco e a académica Sónia Sénica. Tal como logo imaginei, todo o debate foi muito mal conduzido, mormente por parte do jovem jornalista. E a consequência foi esta, em tudo idêntica a mil e uma outras: o militar quase não conseguiu exprimir o seu pensamento, no que foi uma situação inversa da concedida a Sónia Sénica, que pôde falar quase ininterruptamente.
Apercebi-me, já pelo final da tarde, que um tema havia sido colocado no seio das conversas ao redor da grande batalha da Ucrânia: quem está, neste domínio, do lado certo da História? A verdade, como facilmente se percebe, é que um tal tema é o que pode designar-se por um tema mal formulado, para o que basta ler, atentamente, obras as mais diversas sobre certos temas históricos, mormente se tal for operado muitas décadas depois dos acontecimentos narrados e estudados.
Brincando um pouco, a verdade é que no futebol, por exemplo, o lado (mais) certo do resultado é o dos sócios de quem vence o desafio, sejam os golos conseguidos com a mão, ou mesmo por via da corrupção, assim ela não tenha sido nunca um fator de dúvida judicial. Ou seja: não existe lado certo da História. E basta recordar, por exemplo, os ataques nucleares dos Estados Unidos ao Japão, que tiveram uma explicação por parte dos norte-americanos, mas sabendo nós que se colocou a hipótese de um ensaio para ser visto ao largo de Tóquio, ou mesmo em Los Alamos, ideias que foram postas de lado pelo receio de poder surgir um fiasco.
Ora, no meio desta infeliz brincadeira sobre o (mal formulado) lado certo da História, que só serviu para confundir mil e um, surgiu a questão, a dado momento colocada ao major-general pelo entrevistador: mas a Ucrânia não tem o direito, se quiser, de aderir à OTAN? Simplesmente, a verdade é que tal direito, que só poderá ser materializado se a OTAN assim aceitar, não é um direito absoluto. De resto, os direitos não são, de um modo imensamente geral, absolutos. Mas vejamos um exemplo simples.
Um dos nossos canais televisivos, há umas semanas, ofereceu aos portugueses interessados um documentário sobre Vladimir Putin. Não tendo visionado o documentário em causa – seria sempre enviesado –, também não duvido de que o mesmo só com imensa dificuldade não exacerbaria os aspetos apontados como piores no Presidente da Rússia. E, como facilmente se percebe, o referido documentário não comportou um ínfimo prejuízo nas relações luso-russas.
Acontece, porém, o que o leitor conhece à saciedade: ninguém nos oferece um documentário sobre a vida de Juan Carlos, mormente envolvendo os aspetos mais sórdidos da sua vida. E o mesmo se passa com a do Príncipe André, ou ao redor dos tais negócios tidos na Ucrânia por parte do filho de Joe Biden. De igual modo, surgiram programas sobre as Testemunhas de Jeová, tal como sobre a IURD (e em 10 episódios!), mas nunca sobre o amplo leque criminal há muito conhecido no seio de setores vastos da Igreja Católica Romana. Ora, estas realidades têm a sua razão de ser: é que tratar estes temas num canal televisivo português seria sempre olhado como um ato inamistoso para com os Estados de que fizessem parte as personalidades assim tratadas. É claro que os nossos canais têm o direito de abordar tais temas, mas fazê-lo seria sempre causa do surgimento de animosidades. Portanto, evitam fazê-lo.
Hoje, olhando um pouco para trás, recordo a tremenda dificuldade de José Alberto Carvalho, ainda na SIC, para abordar o modo de atuar da Comissão de Fiscalização dos Serviços de Informações, em conversa que estava a manter a distância com o académico conimbricense, José Francisco de Faria Costa, que foi quem acabou por ter de formular a pergunta e logo lhe dar a (sua) resposta. No fundo, o que ali comandou o comportamento do nosso jornalista acabou por ser algum tipo de autocensura, receoso de meter o pé na argola. E foi isto mesmo que fez o falecido Presidente Jorge Sampaio: nunca se pronunciou, publicamente, sobre a Guerra do Iraque, ao contrário do que fez o seu homólogo francês, Jacques Chirac.
De tudo isto, espero que o leitor perceba esta realidade extremamente evidente: a Ucrânia tem todo o direito em pretender aderir à OTAN, mas não deve fazê-lo. E foi o próprio Presidente Joe Biden que expôs, ainda antes de se operar a invasão pela Rússia, que tal ideia não vinha estando sobre a mesa decisória. Como muito bem expôs, também logo ao início, Ana Santos Pinto, a referida adesão à OTAN deveria também ser olhada, pela Ucrânia e pelos Estados Unidos, como algo suscetível de amedrontar a segurança russa. Foi o que se deu com a crise dos mísseis de Cuba, operada para equilibrar uma solução ao redor dos norte-americanos, já colocados na Turquia…
Por fim, o meu ponto de vista: a adesão da Suécia e da Finlândia à OTAN constitui um duplo erro, porque é desfavorável àqueles dois Estados e seus povos – passam a situar-se na mira nuclear da Rússia –, e porque acaba por adensar o espírito de confronto no mundo. O que o mundo destes dias requer é uma ampla concertação, mas virada para a reconstrução e o fortalecimento da Paz. Mas acaso vê o leitor o Ocidente interessado em materializar tal desiderato? Claro que não! Pois, se assim não fosse, nunca os Estados Unidos teriam violado a palavra dada por James Baker III, em nome dos Estados Unidos, a Gorbachev. E já vê, caro leitor: se a Rússia até invadiu a Ucrânia – houve razões para se ter chegado a este ponto –, já a China o não fez com Taiwan. A verdade, todavia, é que já por aí andam os Estados Unidos a pôr o início de fogo nas relações com a China. Mas será Joe Biden capaz de enxergar a capacidade de visão estratégica de Kissinger? Claro que não! Ponhamos, pois, um fim nesta ideia idiota de ter um Estado o direito de aderir a esta ou àquela estrutura supranacional.

Os Olhos do Meu Amor
no Cinéma Public em Montreal

A comunidade está a renascer pouco a pouco com vários eventos através de Montreal. A Casa dos Açores e a Associação Portuguesa do Canadá não pára de organizar eventos e não só… Venho por este meio informar todos os amadores de filmes que Rui Silveira, realizador do filme Os Olhos do Meu Amor, que documenta o processo criativo da comunidade da minha terra natal, na realização das Festas das Flores de Campo Maior. Vai estar presente nas duas sessões para uma discussão com o público.
A primeira sessão já se encontra anunciada no site do Cinéma Public, sábado dia 28 de maio às 17h : https://cinemapublic.ca/films/os-olhos-do-meu-amor.
A segunda projeção é numa quinta-feira, dia 9 de junho às 18h.
Cinéma Public × Casa d’Italia
505, rue Jean-Talon Est, Montréal (QC) H2R 1T6
Mais informaçao sobre o filme:
A actualidade de Os Olhos do meu Amor assenta em vários pontos: retrata a última e a mais ambiciosa edição do evento, realizada em 2015 (a próxima edição está prevista para 2023); foi considerada Património Cultural Imaterial da Humanidade da UNESCO em dezembro de 2021; e aborda questões de sustentabilidade tanto ao nível de viabilidade económica como ecológica. Trata-se de uma co-produção luso-canadiana que teve a sua estreia mundial no Rencontres internationales du documentaire de Montréal (RIDM – 2019), onde esteve em competição na secção Nouveaux Regards. O filme apresenta um ponto de vista poético e pessoal do evento, desenvolvendo-se a partir da minha avó materna, para acompanhar de seguida os sete meses de trabalho da população até à apresentação pública dos trabalhos e à sua subsequente desmontagem.
Teaser : https://vimeo.com/337846449
Sinopse: De quatro em quatro anos, os habitantes de Campo Maior reinventam a sua vila: cada rua é decorada com uma sumptuosa decoração floral de papel, feita ao longo de muitos meses antes de ser revelada ao público. Rui Silveira filma esta tradição da sua vila natal, levando-nos numa viagem intemporal. Atento ao mais pequeno gesto, fala da paciência, do saber-fazer e da beleza desta arte efémera que mantém vivo o espírito comunitário. A fragilidade das flores de papel, ameaçadas pelo tempo, bem como pela ganância dos turistas, ecoa um mundo ancestral que tenta preservar a sua integridade.
Biografia do realizador : Nascido em 1983 em Campo Maior, Rui Silveira é um artista e realizador baseado em Montreal, no Canadá. Estudou na Faculdade de Belas Artes de Lisboa, na Maumaus – Escola de Artes Visuais (Lisboa) e é actualmente doutorando na Universidade do Quebeque, em Montreal. Através do seu interesse pelas práticas documentais de observação ou participativas, interessa-se pelos intercâmbios que as comunidades mantêm com o meio ambiente e pela forma como estes influenciam as representações culturais que definem essas comunidades. Os seus filmes foram apresentados em várias exposições e festivais de cinema nacionais e internacionais.

Eis o Senhor Santo Cristo dos Milagres de Montreal

As festas em honra do Senhor Santo Cristo dos Milagres regressaram depois de dois anos suspensas, pelas razões que todos nós conhecemos devido a pandemia causada pelo Coronavírus.
É a maior festa religiosa da comunidade portuguesa residente na província do Quebeque, Canada.
O centro comunitário da missão de Santa Cruz, nestes dias, é o ponto para onde convergem os católicos portugueses e não só, na busca de uma graça, ou no comprimento de uma promessa.
São rostos humanos, sem mascaras, respirando alívios de sofrimentos resgatados pelo Senhor.
Outros, curvados sob o peso de pedidos e orações ainda não atendidas.
No passado sábado 21, e domingo 22 de Maio de 2022 a comissão de Festas liderada pela Associação Saudades da Terra Quebequente e amigos sobre a presidência de Roberto Carvalho, realizaram novamente as grandiosas festas em honra do senhor Santo Cristo dos Milagres.
Sempre sobre a ameaça do COVID-19 que ainda está presente e ameaça todo mundo, e também as provisões meteorológicas que não eram muito favoráveis, chuva e vento, mas por milagre nada daquilo que estava previsto aconteceu, graças a Deus, a não ser alguns chuviscos durante a procissão de domingo.
O programa das festas deste ano, na parte religiosa, o padre Nuno Fidalgo, natural da freguesia das Furnas ilha de São Miguel, mas a exercer as suas funções sacerdotais na ilha das Flores, do arquipélago dos Açores, foi o convidado a presidir às festas deste ano, um jovem sacerdote, muito dotado do dom da palavra, durante a sua homilia, atentamente e em silêncio o escutaram nas missas que presidiu no sábado acompanhado pelo grupo coral Santa Cruz dirigido pela senhora Inês Gomes e no domingo pelo grupo coral do Senhor Santo Cristo dirigido por Filomena Amorim ainda na missa o padre Nuno foi coadjuvado pelo padre Adam, responsável pela missão de Santa Cruz, e o cónego Sr. Ramos.
A missa de domingo contou com a presença do convidado de honra doutor Horácio Arruda ex director regional da saúde publica do Quebeque, que se fez acompanhar pela sua esposa e outras entidades publicas também assistiram a missa aonde no fim da celebração religiosa lhe foi prestada uma sentida homenagem com um grande aplauso de palmas com os presentes de pé durante alguns minutos, em reconhecimento pelo árduo trabalho realizado durante o seu mandato e sobretudo os últimos dois anos de pandemia.
Em seguida os fadistas Luís Duarte e Jordelina Benfeito acompanhados pelos seus músicos Antonio Moniz e Nelson Moreira brindaram o Doutor Arruda cantando alguns fados.
O programa profano tinha muita qualidade, para animar o arraial de sábado, concerto com a banda filarmónica de Montreal o sobejamente conhecido de todos o conjunto Starlight, e pela primeira vêz nas festas do Santo Cristo a cantora, Marly Pimentel e no domingo a banda Sagres e o consagrado artista português vindo directamente da ilha da Madeira Ruben Aguiar, nao esquecendo o magnifico trabalho do DJ Alex Moreira no som e nas luzes.

Na verdade as festas tiveram início, na sexta feira, com o colocar da nova capa do senhor Santo Cristo que foi confeccionada pela senhora Armanda Garcia, a convidada para colocar a capa nos ombros da imagem, foi Arminda Peixoto residente em Mississauga Ontario, que vive momentos difíceis de saúde, acompanhada pelo seu esposo Henrique Vasconcelos, irmãos e outros familiares, foi um momento emocionante aonde certamente todas as esperanças de um milagre sejam alcançadas por intersecção do senhor Santo Cristo.
No sábado a imagem do senhor Santo Cristo, saiu à rua aonde recebeu as boas vindas dos presentes, sobre os cânticos do grupo coral da missão de santa Cruz e depois foi dar a volta ao recinto da missão e a uma parte da rua Rachel entre Clark e Saint Urbain, acompanhada pela banda filarmónica de Montreal, aos ombros de homens entre eles motociclistas que mais uma vez marcaram a sua presença para saudar o senhor ao som do ruído próprio dos motores que ao passar da imagem lhe prestam uma homenagem, como símbolo de pedido de protecção aos amantes deste desporto sobre duas rodas.
O grande momento das festas por todos esperados é a saída da imagem na procissão do domingo aonde muitas centenas de pessoas convergiram para o adro da igreja Santa Cruz para incorporarem a procissão e outros para venerarem a imagem do altíssimo ao longo do seu percurso desde a rua Rachel, passando pelas ruas Clark, Villeneuve e Saint Urbain.
A procissão foi acompanhada pelas filarmónicas do Divino Espírito Santo de Laval e Portuguesa de Montreal, centenas de fieis, e ainda contou com a presença do homenageado Dr. Horácio Arruda, Carlos Leitão deputado do partido Liberal do Quebeque, a chefe do mesmo partido Dominique Anglade, Annie Koutrakis do Partido Liberal do Canadá, Miguel Felix que representa a Juventude Liberal, Alex Norris conselheiro da cidade de Montreal pelo plateau Mont-Royal, António Barroso Cônsul Geral de Portugal e David Pereira o chanceler. Representantes de algumas empresas patrocinadoras. Arthur Sousa, Worlee, Catherine Neves, directora da Caixa Desjardins Portuguesa de Montreal, Eddy Sá do Marché Sá e filhos, Eduino Martins do Alfred Dallaire Memoria, Élise Briand do Repos St-François d’Assise, e muitas outras individualidades que por lapso possa não ter mencionado.
As festas deste ano terminaram no domingo já passava da meia noite, com uma sessão de fados no interior da igreja de Santa Cruz pelos fadistas Luís Duarte e a cotovia açoriana Jordelina Benfeito como a apelidava e muito bem o nosso saudoso António Vallacorba .
Tudo foi muito bem conseguido, desde a parte religiosa com a presença do padre Nuno Fidalgo, actuacoes grupos corais e bandas filarmónicas, que saudades que eu já tinha, de assistir a um espectáculo ao ar livre aonde todos os intervenientes foram sem excepção de uma grande qualidade para agrado de todos, as barracas com bifanas e malassadas.
Ver o adro da igreja iluminado, e com tanta gente presente!
Obrigado senhor por me teres dado novamente a oportunidade de presenciar toda a devoção que o teu povo tem por ti e ver tantos jovens presentes para festejar e se alegrarem em paz e harmonia.
De novo, os portugueses e Luso descendentes de Montreal, viveram, os seus dias maiores, manifestaram a sua crença na realeza de Jesus, num testemunho de fé.
É mais uma vez o encontro com o Senhor, com este Senhor Santo Cristo, de rosto ferido e misericordioso, marcado de profunda serenidade, como que a dizer aos que ainda sofrem, não percam a fé nem a esperança porque eu estou aqui!
Esta é a Imagem que existe no coração de cada um de nós. Um Cristo todo Amor de Paz e Compreensivo, que está comigo e com todos os que o desejam, aqui e agora! Sempre! E para sempre!

Ecrito Por Mário Carvalho e fotos: Manuel Neves, Sylvio Martins e Humberto Cabral

Um ano inteiro pintado no tom certo

A equipa do FC Porto chegou cedo à festa e dançou sempre ao tom dela.
Trocadilhos de gosto duvidoso à parte, é preciso sublinhar que sim, o FC Porto fez tudo sozinho. Na final da Taça de Portugal mais desequilibrada dos últimos anos, o Tondela entrou em campo nitidamente intimidado, com receio de não saber estar e limitou-se quase apenas a bater o pé.
O FC Porto, esse, escolhia música e dançava ao ritmo que lhe apetecia.
Por vezes acelerava o andamento, outras vezes fazia um compasso. Por vezes escolhia uma cadência mais romântica, outra vez apetecia-lhe um movimento mais enérgico. Era uma equipa de humores, que ia dando o que o jogo lhe exigia: e o jogo exigiu-lhe quase sempre muito pouco.
Verdadeiramente, no fundo, só fez uma exigência. Já na segunda parte, a um quarto de hora do fim, Neto Borges marcou um grande golo no primeiro remate do Tondela à baliza e silenciou as bancadas portistas. Foi a única vez que os adeptos do FC Porto ficaram mudos. Por instantes.
Nessa altura, claro, o Tondela acreditou. Afinal de contas era possível. O que exigiu uma resposta do FC Porto, não fosse o jogo fugir-lhe do controlo: e no minuto a seguir Taremi voltou a marcar.
No fundo, lá está, foi só nesse momento, entre um golo e o outro, que o jogo exigiu alguma coisa ao campeão. O resto do tempo foi uma liberdade total para ser e criar: ser o que lhe apetecesse e criar o que quisesse. Na primeira parte, por exemplo, o FC Porto quis criar pouco.
Foi mandão, é verdade, jogou sempre no meio campo adversário, mas criou pouco perigo. Sobretudo quando se olha para a distância entre as duas equipas, para as enormes diferenças que se colocam, fica claro que a formação de Sérgio Conceição podia ter feito muito mais. Provavelmente não quis.
Por isso, quando o árbitro apitou para o intervalo, tinha feito um golo de penálti e um remate muito perigoso a seguir a isso. O primeiro foi obra de Taremi, o segundo por intermédio de Evanílson.
O penálti de Taremi vai dar, aliás, muito que falar nos próximos dias, mas a leitura de Rui Costa foi boa: Taremi está em fora de jogo, mas não interveio no jogo nem influenciou a ação de um adversário. Por isso, e como diz a lei, não tomou parte ativa no jogo.
Voltando ao futebol jogado, importa dizer que o remate de Evanílson já mencionado aconteceu na melhor jogada do encontro: Taremi saiu em velocidade e tocou para Pepê, que de calcanhar isolou Evanílson para um remate que saiu a beijar o poste.
Na verdade, só na segunda parte, aos 52 minutos, o FC Porto conseguiu fabricar algo com o mesmo nível de requinte: numa excelente jogada individual, Vitinha passou por toda a gente e tocou para Pepê, que lhe devolveu a bola para o sítio certo, para um remate fácil para golo.
Duas excelentes jogadas, duas pedaços de talento, duas amostras do que o campeão podia fazer.
Só foi pena nem sempre lhe apetecer. Porque este foi claramente um FC Porto de humores, numa tarde em que dançou quase sempre sozinho e em que só se sentiu obrigado a criar o que quis.
Curiosamente, criou mais quando Pepê entrou no processo. O brasileiro pode não ter sido o homem do jogo, porque Taremi marcou dois golos, mas foi seguramente o mais inspirado, mais interventivo, que mais vezes teve criatividade para encontrar soluções no bloco adversário. É certo que taticamente a exibição portista foi excelente: um ótimo posicionamento, uma reação à perda asfixiante, uma enorme capacidade de ganhar todas as segundas bolas, enfim. Nem deixou o Tondela respirar. Faltou-lhe depois acrescentar aquele bocadinho de talento, aquela criatividade, aquela arte de saber que sim, foi tudo dela, mas podia ter sido mais no tom dela.
Trocadilhos de gosto duvidoso à parte, resta dizer que Sérgio Conceição quebrou o enguiço e ganhou finalmente no Jamor como treinador. Pelo caminho voltou a fazer a dobradinha, tal como há dois anos. Foi uma época de uma superioridade gigante, totalmente pintada de azul.
E ninguém pode dizer que não foi o tom certo.

4° Domingo do Espírito Santo

Domingo passado, a cerimónia das coroações, presidida pelo Reverendo Padre António Araújo, teve lugar às 12h30, porque a das 11h00 foi dedicada às Primeiras Comunhões.
Nesta «4ª Dominga», do Espírito Santo, a animação esteve a cargo do Grupo Coral Santo Cristo e coroaram as famílias de Sylvie Machado e Lúcia Amaral de Santa Cruz e a de Carlos Rosa de Hochelaga.

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